JUKEBOX II
ROCK’N’ROLL LULLABY
Poderia inaugurar esta seção com alguma pepita que poucos iniciados conhecem. Mas como a apreciação de música não segue necessariamente ditames da racionalidade, nada como começar com uma canção que todo mundo conhece. Ela está lá, na programação de quaisquer entretenimentos radiofônicos nosso país afora. Também está presente em coletâneas de toda sorte. Foi tema principal de novela das oito mais de uma vez, quem é brasileiro sabe muito bem o que isso significa. Embalou e ainda incrementa sarais em recantos do coração do Brasil provavelmente de nosso desconhecimento. Enfim, é uma cançoneta mais que popular, daquelas que se entranham na memória afetiva de muita gente. Aqui estamos nós! Minha escolha foi norteada principalmente por um único motivo. Recentemente o circuito interno de áudio da minha mente a toca regularmente aparentemente sem a menor razão. Talvez seja coisa de meus primórdios enquanto ser humano, pois o primeiro momento de sua difusão em rádio e tevê coincide com o ano em que nasci. Certamente a ouvi muitas vezes no berço. Depois, mais velho, seria uma das primeiras músicas que aprenderia a tocar no violão, empreitada chancelada pelos ensinamentos da revista Toque Guitarra, esta destinada a autodidatas e peladeiros de rodas de violão. É uma canção sem pedigree apreciável ao paladar requintado dos gourmets musicais. Seu cantor-compositor emula a faceta romântica do proclamado rei. Sua harmonia é básica, amparada em alguns poucos acordes elementares e o arranjo original explicita tal simplicidade a ponto de facilmente seus acordes tornarem-se facilmente inteligíveis a um ouvido não muito treinado. Poucas músicas me remetem tanto à atmosfera de fanfarra de bailinho. Daí ser no mínimo interessante pensar que um sujeito afeiçoado à música esquisita tocar-se por sua pungência. Ouvia-a no berço, me afagou nos primórdios adolescentes de meus quatorze anos, ocasião em que novamente foi tema principal na refilmagem da atração televisiva, e agora torna a me sensibilizar, premissa incontestável para autenticação de cepas musicais dignas de nota. É daqueles fonogramas que se constituem por si só a versão definitiva e intransferível de uma canção. Não consigo imaginar melhor retrato musical do que deveria ser tema de sarau para a Terceira Idade naqueles anos, pois traz em si uma atmosfera nostálgica que já devia deixa-la com cara de música velha ou de flashback lá pelos idos de seu lançamento. Play it again!
Texto inaugural da seção, mas publicado posteriormente, escrito por Marcus Marçal em 22 de novembro de 2005. Todos os direitos reservados ao autor. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via e-mail.
Poderia inaugurar esta seção com alguma pepita que poucos iniciados conhecem. Mas como a apreciação de música não segue necessariamente ditames da racionalidade, nada como começar com uma canção que todo mundo conhece. Ela está lá, na programação de quaisquer entretenimentos radiofônicos nosso país afora. Também está presente em coletâneas de toda sorte. Foi tema principal de novela das oito mais de uma vez, quem é brasileiro sabe muito bem o que isso significa. Embalou e ainda incrementa sarais em recantos do coração do Brasil provavelmente de nosso desconhecimento. Enfim, é uma cançoneta mais que popular, daquelas que se entranham na memória afetiva de muita gente. Aqui estamos nós! Minha escolha foi norteada principalmente por um único motivo. Recentemente o circuito interno de áudio da minha mente a toca regularmente aparentemente sem a menor razão. Talvez seja coisa de meus primórdios enquanto ser humano, pois o primeiro momento de sua difusão em rádio e tevê coincide com o ano em que nasci. Certamente a ouvi muitas vezes no berço. Depois, mais velho, seria uma das primeiras músicas que aprenderia a tocar no violão, empreitada chancelada pelos ensinamentos da revista Toque Guitarra, esta destinada a autodidatas e peladeiros de rodas de violão. É uma canção sem pedigree apreciável ao paladar requintado dos gourmets musicais. Seu cantor-compositor emula a faceta romântica do proclamado rei. Sua harmonia é básica, amparada em alguns poucos acordes elementares e o arranjo original explicita tal simplicidade a ponto de facilmente seus acordes tornarem-se facilmente inteligíveis a um ouvido não muito treinado. Poucas músicas me remetem tanto à atmosfera de fanfarra de bailinho. Daí ser no mínimo interessante pensar que um sujeito afeiçoado à música esquisita tocar-se por sua pungência. Ouvia-a no berço, me afagou nos primórdios adolescentes de meus quatorze anos, ocasião em que novamente foi tema principal na refilmagem da atração televisiva, e agora torna a me sensibilizar, premissa incontestável para autenticação de cepas musicais dignas de nota. É daqueles fonogramas que se constituem por si só a versão definitiva e intransferível de uma canção. Não consigo imaginar melhor retrato musical do que deveria ser tema de sarau para a Terceira Idade naqueles anos, pois traz em si uma atmosfera nostálgica que já devia deixa-la com cara de música velha ou de flashback lá pelos idos de seu lançamento. Play it again!
Texto inaugural da seção, mas publicado posteriormente, escrito por Marcus Marçal em 22 de novembro de 2005. Todos os direitos reservados ao autor. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via e-mail.
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