O SOM DA MÚSICA: FRAGMENTOS DE MONOLITO XXXIV

Monday, June 25, 2007

FRAGMENTOS DE MONOLITO XXXIV

Navio de Cristal / Passeio à luz do luar / Meu Amor Selvagem / Domingo Tristonho / Voyeur / Rainha da Estrada / O amor se esconde

"Antes de tu mergulhares na inconsciência, eu gostaria que me desses outro beijo. Outra oportunidade de felicidade, outro beijo, outro beijo... Os dias são claros e repletos de dor, envolva-me na tua chuva morna. O momento em que tu partiste foi insuportável, mas em breve nos reencontraremos, nos reencontraremos... Ó, diga-me aonde encontrar a tua felicidade, as ruas são campos que nunca morrem. Delibere-me as razões porque é preferível tu chorares e eu me esvair pelo ar. O navio de cristal está a encher-se, milhares de raparigas e sobressaltos, um milhão de maneiras para dispender o tempo mas, quando regressarmos, depositarei escrita uma linha..."

"Vamos nadar até à Lua, nos icemos à maré, penetremos a noite em que a cidade repousa para se ocultar. Vamos nadar esta noite, amor, é nossa vez de chorarmos estacionados junto ao mar em nosso passeio à luz do luar. Vamos nadar até à Lua, nos icemos à maré, nos rendamos aos mundos em espera que nos lambem nos flancos. Não temos saída, nem tempo de optarmos, rumamos rio adentro em nosso passeio à luz do luar. Vamos nadar até à Lua, nos icemos à maré, tu fazes tua mão alcançar-me a fim de agarrar-me mas não poderei ser teu guia. É fácil amar-te ao te assistir deslizar e escorregar por entre as florestas molhadas em nosso passeio à luz do luar..."

"Veio à galope durante todo o dia o meu amor selvagem. Ela encarou o diabo e o obrigou a arcar com a responsa. O diabo era mais esperto e foi o momento de seu arrependimento. Ele disse a ela que devolvesse tudo aquilo que ele já havia gasto. Meu amor selvagem veio à galope em direção ao mar e juntou algumas conchas para ornamentar seu cabelo. Ela galopou até o Natal em direção à fazenda, foi em direção ao Japão e voltou à cidade... Meu amor selvagem é insano, gritou como um pássaro e ronronou como gata para poder ser ouvida. Cavalgou por um tempo, então parou uma noite e deitou sua cabeça ao solo. Mas a essa altura o tempo mudou e ela exigiu que a deixassem partir em liberdade. Meu amor selvagem galopou por uma hora, parou, descansou e tornou a galopar para cá em seguida..."

"Certa vez encontrei meu amor de verdade em um domingo tristonho. Ela me olhou e me disse que eu era o único em todo o mundo. Agora já encontrei a minha garota. Minha pequena está à minha espera em um momento de ternura. Minha garota é minha. Ela é o mundo. Ela é a minha garota..."

"Eu sou um basbaque na casa do amor. Sei qual é o sonho que tu estás a sonhar e também qual a palavra que tu anseias ouvir. Tenho ciência dos teus terrores mais recônditos. Sei de tudo, tudo o que tu fazes, onde tu vais e a quem conheces. Sou um espião e tenho o poder de ver tudo quanto tu faças e conheço..." (Canção inspirada no livro A Spy in the House of Love, de Anais Nin)

"Ela era uma princesa, rainha da estrada. A placa no caminho anunciou que nos levaria à Serra. Ninguém a poderia salvar, exceto o tigre cego. Ele era um monstro de preto vestido em couro e ela era uma princesa, a rainha da estrada. Agora que estão juntos, ela é uma boa moça. Nus como crianças a brincar no meio do prado mas, como os pequenos, o quão mais selvagens podem eles ser. Em breve a temporada de reprodução e tudo recomeça. Tudo recomeça... Rapaz e garota americanos, as criaturas mais lindas do mundo. Filho do redemoinho índio da fronteira, bailando no disforme redemoinho da meia-noite, espera que isto possa durar ainda mais..."

"O amor se esconde em lugares estranhos, no meio das vossas faces e aparece quando menos se espera. O amor se esconde na esquina mais próxima e vai em direção de quem o procura. Se esconde dentro do arco-íris e nas estruturas moleculares, é a solução..."

Traduções open-source não-necessariamente literais de “The Crystal Ship”, “Moonlight Drive”, “My Wild Love”, “Blue Sunday”, “Spy”, “Queen of the Highway” e “Love Hides”, textos de Jim Morrison para canções de The Doors. Não é permitida a reprodução destes textos de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via email.

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Sou Marcus Marçal, jornalista de profissão e músico de coração.

Veja bem, se esta é sua primeira visita, afirmo de antemão que, para usufruir dos textos deste blog, é necessário um mínimo de inteligência. Este blog contém reflexões sobre música, material ficcional, devaneios biográficos, desvarios em prosa, egotrips sonoras e até mesmo material de cunho jornalístico.

E, se você não é muito acostumado à leitura, provavelmente pode ter um pouco de dificuldades com a forma caótica com que as informações são despejadas neste espaço.

Gostaria de deixar claro que os referenciais sobre texto e música aqui dispostos são vastos e muitas das vezes antagônicos entre si. Por essa razão, narrativa-linear não é sobrenome deste espaço, entende?

Tendo isto em mente, fica mais fácil dialogarmos sobre nossos interesses em comum dispostos aqui, pois o entendimento de parte dos textos contidos neste blog não deve ser feito ao pé da letra. E se você por acaso tiver conhecimento ou mesmo noção das funções da linguagem então poderá usufruir mais adequadamente do material contido neste site, munido de ferramentas de responsabilidade de ordem exclusiva ao leitor.

Quero dizer que, apesar da minha formação como jornalista, apenas uma parcela pequena dos textos aqui expostos foi e é concebida com este intuito, o que me permite escrever sem maiores preocupações com formatos ou convenções. Geralmente escrevo o que me dá na telha e só depois eventualmente faço alguma revisão mais atenta, daí a razão de por essas e outras eu deixar como subtítulo para este O SOM DA MÚSICA o bordão VERBORRAGIA DE CÓDIGO-FONTE ABERTO COM VALIDADE RESTRITA, e também porque me reservo ao direito de minhas opiniões se transformarem com o passar do tempo.

Portanto, faço um pedido encarecidamente às pessoas dotadas de pensamento obtuso, aos fanáticos de todos os tipos, aos analfabetos funcionais e às aberrações do tipo: por gentileza, não percam seu tempo com minha leitura a fim de lhes poupar atenção dispensada indevidamente.

Aos leitores tradicionais e visitantes ocasionais com flexibilidade de raciocínio, peço minhas sinceras desculpas. Faço esse blá-blá-blá todo apenas para afastar qualquer pessoa com pouca inteligência. Mesmo porque tem tanta gente por aí que domina as normas da língua portuguesa, mas são praticamente analfabetos funcionais...


As seções do blog você encontra ao lado, sempre no post ÍNDICE DE SEÇÕES, e a partir dele fica fácil navegar por este site pessoal intitulado O SOM DA MÚSICA.

Sinta-se livre para expressar quaisquer opiniões a respeito dos textos contidos no blog, uma vez que de nada vale a pena esbravejar opiniões no cyber espaço sem o aval da resposta do interlocutor.

Espero que este seja um território livre para a discussão e expressão de opiniões, ainda que contrárias as minhas, acerca de nossa paixão pela música. Afinal, de nada valeria escutarmos discos, fazermos músicas, lermos textos, irmos a shows e vivermos nossas vidas sem que pudéssemos compartilhar nossas opiniões a respeito disso tudo.

Espero que você seja o tipo de leitor que aprecie a abordagem sobre música contida neste blog.


De qualquer forma, sejam todos bem-vindos! Sintam-se como se estivessem em casa.

Caso queira entrar em contato, meu email é marcus.marcal@yahoo.com.br.
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