O SOM DA MÚSICA: FRAGMENTOS DE MONOLITO XXIII

Tuesday, May 22, 2007

FRAGMENTOS DE MONOLITO XXIII

Lo Vale Della Luna

"À Lua canta o maldito um gemido triste de cachorro louco. Surdo ao que não se quer ouvir e mudo a tudo aquilo que não se fala. Raivoso como se debatem as ondas na tormenta que açoita as rochas onde as flores brotam daninhas como as ervas alucinam vagabundos e quando o coração embrutece feito pedra, despedaça no vento que as águas tragam em minha cólera sorvida em goles fossem estas lembranças déja vù de um filme triste do qual se esquece ou um sonho ruim que hoje esmaece nas ruas imundas desta cidade insone, em alguma picada da selva de pedra onde as fadas calças botinas e ainda vagam na poeira estelar que me esbugalham os olhos rubros dos quais escorrem lágrimas de ouro. Seus quadris remexem trejeitos de foda sob luzes que o néon sequer irradia, pois rumo na estrada de tijolos dourados nos quais reluz o Sol da alvorada, no atalho perdido de "qualquenr arco-íris" enquanto emergem selvagens orquídeas, mas tu te contentas com falatório de anões... Blá! Blá! Blá! Cada polaróide é uma diferente história, então guardes tuas lições de moral para ostentá-las nos coquetéis de tua tatibitate alegria porque isto não é glamouroso, tampouco engraçado e a razão é dedicatória não a quem nega ou afirma, mas sim a quem indaga. Há de o bumerangue retornar aos imperdoáveis porque tenho uma febre que me incendeia os olhos e a boca trinca o cadeado que me aprisiona os sorrisos. Assim a beleza da flor roubada fenecerá ao fim de cada primavera fossilizada nos desvarios insanos dos meus devaneios, nos paraísos que sobrevivem nas nossas memórias, na bancarrota moral da invisibilidade dos meus segredos e no aconchego de todo sonho que regenera, re-elabora a vida em verdadeira alquimia, os tempos em que caminhava só à procura de um amigo nesta cidade: testemunha de meus enganos e desenganos, álibi de minhas fugas para dentro do vácuo que tanto me consome e me esvazia, e cúmplice de minhas pequenas vitórias. Que hoje me norteiam o olhar para onde eu me exilei do que havia de melhor em mim, perdido no lado escuro da minha própria alma e de lá só poderia ser resgatado por minha própria inocência, pois quando menino soube que a Lua era feita de queijo e resolvi morder um pedaço dela..."

Lo Vale Della Luna é texto de Marcus Marçal. Música de Arthur Kowarski, Daniel Derenusson e Marcus Marçal. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via email.

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Sou Marcus Marçal, jornalista de profissão e músico de coração.

Veja bem, se esta é sua primeira visita, afirmo de antemão que, para usufruir dos textos deste blog, é necessário um mínimo de inteligência. Este blog contém reflexões sobre música, material ficcional, devaneios biográficos, desvarios em prosa, egotrips sonoras e até mesmo material de cunho jornalístico.

E, se você não é muito acostumado à leitura, provavelmente pode ter um pouco de dificuldades com a forma caótica com que as informações são despejadas neste espaço.

Gostaria de deixar claro que os referenciais sobre texto e música aqui dispostos são vastos e muitas das vezes antagônicos entre si. Por essa razão, narrativa-linear não é sobrenome deste espaço, entende?

Tendo isto em mente, fica mais fácil dialogarmos sobre nossos interesses em comum dispostos aqui, pois o entendimento de parte dos textos contidos neste blog não deve ser feito ao pé da letra. E se você por acaso tiver conhecimento ou mesmo noção das funções da linguagem então poderá usufruir mais adequadamente do material contido neste site, munido de ferramentas de responsabilidade de ordem exclusiva ao leitor.

Quero dizer que, apesar da minha formação como jornalista, apenas uma parcela pequena dos textos aqui expostos foi e é concebida com este intuito, o que me permite escrever sem maiores preocupações com formatos ou convenções. Geralmente escrevo o que me dá na telha e só depois eventualmente faço alguma revisão mais atenta, daí a razão de por essas e outras eu deixar como subtítulo para este O SOM DA MÚSICA o bordão VERBORRAGIA DE CÓDIGO-FONTE ABERTO COM VALIDADE RESTRITA, e também porque me reservo ao direito de minhas opiniões se transformarem com o passar do tempo.

Portanto, faço um pedido encarecidamente às pessoas dotadas de pensamento obtuso, aos fanáticos de todos os tipos, aos analfabetos funcionais e às aberrações do tipo: por gentileza, não percam seu tempo com minha leitura a fim de lhes poupar atenção dispensada indevidamente.

Aos leitores tradicionais e visitantes ocasionais com flexibilidade de raciocínio, peço minhas sinceras desculpas. Faço esse blá-blá-blá todo apenas para afastar qualquer pessoa com pouca inteligência. Mesmo porque tem tanta gente por aí que domina as normas da língua portuguesa, mas são praticamente analfabetos funcionais...


As seções do blog você encontra ao lado, sempre no post ÍNDICE DE SEÇÕES, e a partir dele fica fácil navegar por este site pessoal intitulado O SOM DA MÚSICA.

Sinta-se livre para expressar quaisquer opiniões a respeito dos textos contidos no blog, uma vez que de nada vale a pena esbravejar opiniões no cyber espaço sem o aval da resposta do interlocutor.

Espero que este seja um território livre para a discussão e expressão de opiniões, ainda que contrárias as minhas, acerca de nossa paixão pela música. Afinal, de nada valeria escutarmos discos, fazermos músicas, lermos textos, irmos a shows e vivermos nossas vidas sem que pudéssemos compartilhar nossas opiniões a respeito disso tudo.

Espero que você seja o tipo de leitor que aprecie a abordagem sobre música contida neste blog.


De qualquer forma, sejam todos bem-vindos! Sintam-se como se estivessem em casa.

Caso queira entrar em contato, meu email é marcus.marcal@yahoo.com.br.
Grande abraço!
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