FRAGMENTOS DE MONOLITO XXIII
Lo Vale Della Luna
"À Lua canta o maldito um gemido triste de cachorro louco. Surdo ao que não se quer ouvir e mudo a tudo aquilo que não se fala. Raivoso como se debatem as ondas na tormenta que açoita as rochas onde as flores brotam daninhas como as ervas alucinam vagabundos e quando o coração embrutece feito pedra, despedaça no vento que as águas tragam em minha cólera sorvida em goles fossem estas lembranças déja vù de um filme triste do qual se esquece ou um sonho ruim que hoje esmaece nas ruas imundas desta cidade insone, em alguma picada da selva de pedra onde as fadas calças botinas e ainda vagam na poeira estelar que me esbugalham os olhos rubros dos quais escorrem lágrimas de ouro. Seus quadris remexem trejeitos de foda sob luzes que o néon sequer irradia, pois rumo na estrada de tijolos dourados nos quais reluz o Sol da alvorada, no atalho perdido de "qualquenr arco-íris" enquanto emergem selvagens orquídeas, mas tu te contentas com falatório de anões... Blá! Blá! Blá! Cada polaróide é uma diferente história, então guardes tuas lições de moral para ostentá-las nos coquetéis de tua tatibitate alegria porque isto não é glamouroso, tampouco engraçado e a razão é dedicatória não a quem nega ou afirma, mas sim a quem indaga. Há de o bumerangue retornar aos imperdoáveis porque tenho uma febre que me incendeia os olhos e a boca trinca o cadeado que me aprisiona os sorrisos. Assim a beleza da flor roubada fenecerá ao fim de cada primavera fossilizada nos desvarios insanos dos meus devaneios, nos paraísos que sobrevivem nas nossas memórias, na bancarrota moral da invisibilidade dos meus segredos e no aconchego de todo sonho que regenera, re-elabora a vida em verdadeira alquimia, os tempos em que caminhava só à procura de um amigo nesta cidade: testemunha de meus enganos e desenganos, álibi de minhas fugas para dentro do vácuo que tanto me consome e me esvazia, e cúmplice de minhas pequenas vitórias. Que hoje me norteiam o olhar para onde eu me exilei do que havia de melhor em mim, perdido no lado escuro da minha própria alma e de lá só poderia ser resgatado por minha própria inocência, pois quando menino soube que a Lua era feita de queijo e resolvi morder um pedaço dela..."
Lo Vale Della Luna é texto de Marcus Marçal. Música de Arthur Kowarski, Daniel Derenusson e Marcus Marçal. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via email.
CLIQUE AQUI PARA VOLTAR AO ÍNDICE DE SEÇÕES
"À Lua canta o maldito um gemido triste de cachorro louco. Surdo ao que não se quer ouvir e mudo a tudo aquilo que não se fala. Raivoso como se debatem as ondas na tormenta que açoita as rochas onde as flores brotam daninhas como as ervas alucinam vagabundos e quando o coração embrutece feito pedra, despedaça no vento que as águas tragam em minha cólera sorvida em goles fossem estas lembranças déja vù de um filme triste do qual se esquece ou um sonho ruim que hoje esmaece nas ruas imundas desta cidade insone, em alguma picada da selva de pedra onde as fadas calças botinas e ainda vagam na poeira estelar que me esbugalham os olhos rubros dos quais escorrem lágrimas de ouro. Seus quadris remexem trejeitos de foda sob luzes que o néon sequer irradia, pois rumo na estrada de tijolos dourados nos quais reluz o Sol da alvorada, no atalho perdido de "qualquenr arco-íris" enquanto emergem selvagens orquídeas, mas tu te contentas com falatório de anões... Blá! Blá! Blá! Cada polaróide é uma diferente história, então guardes tuas lições de moral para ostentá-las nos coquetéis de tua tatibitate alegria porque isto não é glamouroso, tampouco engraçado e a razão é dedicatória não a quem nega ou afirma, mas sim a quem indaga. Há de o bumerangue retornar aos imperdoáveis porque tenho uma febre que me incendeia os olhos e a boca trinca o cadeado que me aprisiona os sorrisos. Assim a beleza da flor roubada fenecerá ao fim de cada primavera fossilizada nos desvarios insanos dos meus devaneios, nos paraísos que sobrevivem nas nossas memórias, na bancarrota moral da invisibilidade dos meus segredos e no aconchego de todo sonho que regenera, re-elabora a vida em verdadeira alquimia, os tempos em que caminhava só à procura de um amigo nesta cidade: testemunha de meus enganos e desenganos, álibi de minhas fugas para dentro do vácuo que tanto me consome e me esvazia, e cúmplice de minhas pequenas vitórias. Que hoje me norteiam o olhar para onde eu me exilei do que havia de melhor em mim, perdido no lado escuro da minha própria alma e de lá só poderia ser resgatado por minha própria inocência, pois quando menino soube que a Lua era feita de queijo e resolvi morder um pedaço dela..."
Lo Vale Della Luna é texto de Marcus Marçal. Música de Arthur Kowarski, Daniel Derenusson e Marcus Marçal. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via email.
CLIQUE AQUI PARA VOLTAR AO ÍNDICE DE SEÇÕES
0 Comments:
Post a Comment
Subscribe to Post Comments [Atom]
<< Home