MINHA AUTOBIOGRAFIA NÃO-AUTORIZADA V
The Denial Twist
Quando eu tinha uns 7 ou 8 anos, meus pais levaram eu e meu irmão para uma viagem de férias em outro estado. Fomos a um grande parque de diversões em uma capital do país. Foi uma viagem muito divertida para todos nós. Ficamos alguns dias hospedados em um hotel bacana e de lá saíamos todos os dias de nossa estadia para nossas empreitadas infantis no tal parque.
Uma das minhas lembranças mais tenras do período foi a de que, logo que chegamos, eu e meu irmão S. nos esbaldávamos em um dos brinquedos até que ficássemos completamente exaustos. E logo em um dos primeiros dias, apareceu uma menininha mais nova querendo brincar conosco de qualquer jeito. Nunca tive aptidão pra ser babá, mas minha progenitora sempre foi pilhada em ter uma filha. E era um negócio meio desagradável para nós, com direito a existência de uma prima mala e problemática que só aparecia para encher o saco e trazer seus problemas para dentro de nossa casa. Mas isso é papo para um outro post...
A verdade é que, em qualquer lugar em que chegávamos, minha progenitora não podia ver uma menininha e aí saía logo fazendo carinhos, querendo tirar fotos, etc. Até aí nada demais... O foda é que, nesta viagem, estávamos com um astral tão legal que por um momento deixamos a menininha nos acompanhar por um curto período em que maneirávamos nas nossas estrupulias grosseiras de moleques de subúrbio em parque de diversões metido à besta. Mas era só para tomarmos fôlego. E quando foi a hora de aloprarmos, falamos pra menina que talvez fosse melhor ela descer do brinquedo pois ela poderia se machucar caso continuasse a nos acompanhar. Mas a menina quis porque quis continuar a impregnar... E rapidamente começou a ficar com medo porque estávamos eu e meu irmão brincando à vera. Só aí ela resolveu finalmente sair do brinquedo. Até que enfim... Ufa!
Só que aí a minha progenitora começou a alugar querendo que descêssemos do brinquedo para tirar fotos com a menina, o que naturalmente nos negamos a fazer. Continuamos zoando muito no brinquedo, até que em determinado momento olhamos para nossa progenitora com cara de irritada nos intimando a descer do carrinho para tirar a porra da foto porque a menininha estava chorando. "Ah foda-se! E eu com isso, porra?" Eu tinha 8 anos! E como esse tipo de situação era comum naquele período, acabamos por nos acostumar a situações deste tipo. O resultado sempre era parecido. Eu acabava extrapolando, minha progenitora irritada com meu "egoísmo" e a minha "falta de educação" (fala sério), meu progenitor zoando com um sorriso no rosto dizendo que não se meteria nisso, com toda razão, porque estava de férias e meu irmão rindo às escondidas, mas se fazendo de filantropo. "Ó, 'tadinha..." Safado...
Pelo que me lembro, nós acabamos não tirando a famigerada foto com a menina. Mas nesse dia, acabamos indo embora mais cedo porque teve gente tomando as dores de quem não tínhamos sequer qualquer tipo de ligação. Foi um lance constante ao qual eu acabei me acostumando, mas ao mesmo tempo, me emputecendo cada vez mais com a tediosa variedade de parâmetros para exercitar minha capacidade de analisar as situações pelas quais passávamos sob outros prismas.
Acabei mencionando este incidente aqui porque ele foi inaugural de uma linhagem de "pelasaquices" pelas quais passei em determinados momentos. Viva o meu umbigo sujo! E como diariamente venho percebendo uma inacreditável encheção de saco diária na internet, o que a meu ver é coisa de gente com mentalidade de criança, para não dizer mentally-challenged, me lembrei desse episódio semelhante e achei importante ilustrar meu modus operandi em situações do tipo.
Mesmo porque isso acabou me inspirando a escrever uma canção acridoce sobre este incidente de minha infância. Um lance nos moldes do método Willy Wonka para domesticação de pequerruchos intrometidos aprisionados em adultos que se recusam a crescer e a deixar os outros envelhecer... Por favor, vão encher o saco alheio em outra freguesia. Ofélia é o caralho! Nazareno, porra!
E, com certeza, não vai sair som típico de música de velhota...
Por um momento pensei em batizar este tópico como "Back off Bitch" em homenagem às "estimadas" rock estresse e bosta nova.
Textos de Marcus Marçal, exceto quando ressaltado. Todos os direitos reservados ao autor. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via email.
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Quando eu tinha uns 7 ou 8 anos, meus pais levaram eu e meu irmão para uma viagem de férias em outro estado. Fomos a um grande parque de diversões em uma capital do país. Foi uma viagem muito divertida para todos nós. Ficamos alguns dias hospedados em um hotel bacana e de lá saíamos todos os dias de nossa estadia para nossas empreitadas infantis no tal parque.
Uma das minhas lembranças mais tenras do período foi a de que, logo que chegamos, eu e meu irmão S. nos esbaldávamos em um dos brinquedos até que ficássemos completamente exaustos. E logo em um dos primeiros dias, apareceu uma menininha mais nova querendo brincar conosco de qualquer jeito. Nunca tive aptidão pra ser babá, mas minha progenitora sempre foi pilhada em ter uma filha. E era um negócio meio desagradável para nós, com direito a existência de uma prima mala e problemática que só aparecia para encher o saco e trazer seus problemas para dentro de nossa casa. Mas isso é papo para um outro post...
A verdade é que, em qualquer lugar em que chegávamos, minha progenitora não podia ver uma menininha e aí saía logo fazendo carinhos, querendo tirar fotos, etc. Até aí nada demais... O foda é que, nesta viagem, estávamos com um astral tão legal que por um momento deixamos a menininha nos acompanhar por um curto período em que maneirávamos nas nossas estrupulias grosseiras de moleques de subúrbio em parque de diversões metido à besta. Mas era só para tomarmos fôlego. E quando foi a hora de aloprarmos, falamos pra menina que talvez fosse melhor ela descer do brinquedo pois ela poderia se machucar caso continuasse a nos acompanhar. Mas a menina quis porque quis continuar a impregnar... E rapidamente começou a ficar com medo porque estávamos eu e meu irmão brincando à vera. Só aí ela resolveu finalmente sair do brinquedo. Até que enfim... Ufa!
Só que aí a minha progenitora começou a alugar querendo que descêssemos do brinquedo para tirar fotos com a menina, o que naturalmente nos negamos a fazer. Continuamos zoando muito no brinquedo, até que em determinado momento olhamos para nossa progenitora com cara de irritada nos intimando a descer do carrinho para tirar a porra da foto porque a menininha estava chorando. "Ah foda-se! E eu com isso, porra?" Eu tinha 8 anos! E como esse tipo de situação era comum naquele período, acabamos por nos acostumar a situações deste tipo. O resultado sempre era parecido. Eu acabava extrapolando, minha progenitora irritada com meu "egoísmo" e a minha "falta de educação" (fala sério), meu progenitor zoando com um sorriso no rosto dizendo que não se meteria nisso, com toda razão, porque estava de férias e meu irmão rindo às escondidas, mas se fazendo de filantropo. "Ó, 'tadinha..." Safado...
Pelo que me lembro, nós acabamos não tirando a famigerada foto com a menina. Mas nesse dia, acabamos indo embora mais cedo porque teve gente tomando as dores de quem não tínhamos sequer qualquer tipo de ligação. Foi um lance constante ao qual eu acabei me acostumando, mas ao mesmo tempo, me emputecendo cada vez mais com a tediosa variedade de parâmetros para exercitar minha capacidade de analisar as situações pelas quais passávamos sob outros prismas.
Acabei mencionando este incidente aqui porque ele foi inaugural de uma linhagem de "pelasaquices" pelas quais passei em determinados momentos. Viva o meu umbigo sujo! E como diariamente venho percebendo uma inacreditável encheção de saco diária na internet, o que a meu ver é coisa de gente com mentalidade de criança, para não dizer mentally-challenged, me lembrei desse episódio semelhante e achei importante ilustrar meu modus operandi em situações do tipo.
Mesmo porque isso acabou me inspirando a escrever uma canção acridoce sobre este incidente de minha infância. Um lance nos moldes do método Willy Wonka para domesticação de pequerruchos intrometidos aprisionados em adultos que se recusam a crescer e a deixar os outros envelhecer... Por favor, vão encher o saco alheio em outra freguesia. Ofélia é o caralho! Nazareno, porra!
E, com certeza, não vai sair som típico de música de velhota...
Por um momento pensei em batizar este tópico como "Back off Bitch" em homenagem às "estimadas" rock estresse e bosta nova.
Textos de Marcus Marçal, exceto quando ressaltado. Todos os direitos reservados ao autor. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via email.
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1 Comments:
Oi, vi teu blog lá no kid vinil. Bem legal, com textos legais. Tenho também um blog que fala sobre uma paixão nossa em comum: a música. Se der tempo dá uma passada lá.
Abração
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