O SOM DA MÚSICA: FRAGMENTOS DE MONOLITO XX

Thursday, March 15, 2007

FRAGMENTOS DE MONOLITO XX

"Veja quanta violência. Só se pensa em exterminar. Violência gera violência. Isso não vai acabar. Quanto ódio, quanta sede de vingança, quanta dor! Fala mais alto o dinheiro. O mundo virou um terror! Um terror! Um terror! Um terror! Ho! Ho! Ho! Ho! Ho! Ho! Ho!"

"A voz do morro grita. Grita de medo, de raiva, de ódio, de mágoa. Faz o grito gritar na valsa. É um grito de liberdade. A voz do morro canta, canta o amor, a cachaça, a alegria, a arruaça de quem trabalha duro de sol a sol. De sol a sol. A voz do morro, a voz do morro não se cala. A voz do morro fala. Fala de pobreza, de esperança, de xingada, de carinho. Fala bem mansinho ao pé do ouvido. Ao pé do ouvido. A voz do morro manda. Mandou dizer, mandou avisar, mandou você se ligar que tudo que some um dia aparece. Que tudo que um dia um dia aparece. Se liga malandro. Se liga, se liga. A voz do morro não se cala. Nem se abala, não se abala. Não treme, não se resguarda. Abre agora o caminho fechado para sua ascensão social. Abre agora o caminho fechado para sua ascensão social. Abre agora o caminho fechado. A voz do morro, a voz do morro não se cala depois do carnaval. A voz do morro, a voz do morro não se cala depois do carnaval. Não!"

"Ouço os tambores vindos da Africa, eles me trazem um triste lamento. Me dizem que a morte é o caminho mais fácil para acabar com tanto sofrimento. Mulheres, crianças são todos guerreiros: guerreiros flagelos sonhando com liberdade. Os séculos contam uma triste história onde só vence o imperialismo selvagem. Tambores à noite, não se calam jamais... No norte da America só solidão, lembranças despedaçam o coração. Do tempo de glória, não restou nada: aldeias inteiras devastadas. No centro da América, uma velha canção sobe pro céu, vira oração. Deus se cala, nada responde. A fé é esmagada pela força da espada. Tambores à noite, não se calam jamais... Um hino xavante, um hino xingu, o canto triste do uirapuru. Bombas napalm ardem na carne, gigantes dormem o sono da eternidade. O canto de guerra já ecoou na floresta. Agora se cala, apenas espera. Da terra tomada, da terra usurpada, só restam as lagrimas de uma naçao humilhada..."

"Lutamos com força e coragem. E conseguimos. Os tempos mudaram. Mudou o hino. Não há mais guerra, não há mais fome, religião... As crianças hoje brincam com a luz da salvação. E sempre foram a salvação. Sempre foram a salvação. As crianças hoje brincam com a luz da salvação. Nunca desistimos gritamos a verdade de que um povo unido governa seu destino. Temos a imagem, temos a semelhança. Temos a luz. A luz das crianças. E sempre foram a salvação. Sempre foram a salvação. As crianças hoje brincam com a luz da salvação. É do caralho porra! É foda, porra! É do caralho, pooooooooooooooorra!"

Transcrições sem intuito comercial de "Asa Preta", "A Voz do Morro", "Tambores" e "Luz da Salvação". "A Voz do Morro", "Tambores" são textos de Clemente Nascimento. "Asa Preta" e "Luz da salvação" são textos de Cannibal. Não é permitida a reprodução destes textos de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via e-mail.

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Sou Marcus Marçal, jornalista de profissão e músico de coração.

Veja bem, se esta é sua primeira visita, afirmo de antemão que, para usufruir dos textos deste blog, é necessário um mínimo de inteligência. Este blog contém reflexões sobre música, material ficcional, devaneios biográficos, desvarios em prosa, egotrips sonoras e até mesmo material de cunho jornalístico.

E, se você não é muito acostumado à leitura, provavelmente pode ter um pouco de dificuldades com a forma caótica com que as informações são despejadas neste espaço.

Gostaria de deixar claro que os referenciais sobre texto e música aqui dispostos são vastos e muitas das vezes antagônicos entre si. Por essa razão, narrativa-linear não é sobrenome deste espaço, entende?

Tendo isto em mente, fica mais fácil dialogarmos sobre nossos interesses em comum dispostos aqui, pois o entendimento de parte dos textos contidos neste blog não deve ser feito ao pé da letra. E se você por acaso tiver conhecimento ou mesmo noção das funções da linguagem então poderá usufruir mais adequadamente do material contido neste site, munido de ferramentas de responsabilidade de ordem exclusiva ao leitor.

Quero dizer que, apesar da minha formação como jornalista, apenas uma parcela pequena dos textos aqui expostos foi e é concebida com este intuito, o que me permite escrever sem maiores preocupações com formatos ou convenções. Geralmente escrevo o que me dá na telha e só depois eventualmente faço alguma revisão mais atenta, daí a razão de por essas e outras eu deixar como subtítulo para este O SOM DA MÚSICA o bordão VERBORRAGIA DE CÓDIGO-FONTE ABERTO COM VALIDADE RESTRITA, e também porque me reservo ao direito de minhas opiniões se transformarem com o passar do tempo.

Portanto, faço um pedido encarecidamente às pessoas dotadas de pensamento obtuso, aos fanáticos de todos os tipos, aos analfabetos funcionais e às aberrações do tipo: por gentileza, não percam seu tempo com minha leitura a fim de lhes poupar atenção dispensada indevidamente.

Aos leitores tradicionais e visitantes ocasionais com flexibilidade de raciocínio, peço minhas sinceras desculpas. Faço esse blá-blá-blá todo apenas para afastar qualquer pessoa com pouca inteligência. Mesmo porque tem tanta gente por aí que domina as normas da língua portuguesa, mas são praticamente analfabetos funcionais...


As seções do blog você encontra ao lado, sempre no post ÍNDICE DE SEÇÕES, e a partir dele fica fácil navegar por este site pessoal intitulado O SOM DA MÚSICA.

Sinta-se livre para expressar quaisquer opiniões a respeito dos textos contidos no blog, uma vez que de nada vale a pena esbravejar opiniões no cyber espaço sem o aval da resposta do interlocutor.

Espero que este seja um território livre para a discussão e expressão de opiniões, ainda que contrárias as minhas, acerca de nossa paixão pela música. Afinal, de nada valeria escutarmos discos, fazermos músicas, lermos textos, irmos a shows e vivermos nossas vidas sem que pudéssemos compartilhar nossas opiniões a respeito disso tudo.

Espero que você seja o tipo de leitor que aprecie a abordagem sobre música contida neste blog.


De qualquer forma, sejam todos bem-vindos! Sintam-se como se estivessem em casa.

Caso queira entrar em contato, meu email é marcus.marcal@yahoo.com.br.
Grande abraço!
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