O SOM DA MÚSICA: ÁLBUM DE RETRATOS III - MINHA AUTOBIOGRAFIA NÃO-AUTORIZADA

Friday, December 15, 2006

ÁLBUM DE RETRATOS III - MINHA AUTOBIOGRAFIA NÃO-AUTORIZADA

DOIS DIAS, DOIS ANOS

Estou meio distante deste espaço porque ando fazendo mil coisas. Entre elas, estou mixando em casa, no meu computador velho de guerra, algumas das gravações à vera que fiz com minha banda em julho de 2005 e março de 2006. Por esta razão, escrevi pouco neste espaço desde o mais recente post. Na verdade, até havia feito alguns textos novos. No entanto, rolou uma zica há pouco mais de um mês e perdi parte do meu trabalho em andamento, alguns textos inclusive em fase de finalização. Na verdade, dava até pra recuperar, mas eu preferi apertar o botão do foda-se. Essas gravações a que me refiro, espero eu, me servirão de justificativa para afirmar a mim mesmo que a "indústria da música" está ao alcance do usuário comum de computador. É claro que há quem goste e quem não goste mas, de modo geral, basta bom senso na hora de trabalhar com o material e muita paciência. Gravamos duas sessões ao vivo em estúdio em 24 canais e trouxe para casa para trabalhar o lance, quando me desse na telha. A primeira sessão foi realizada em julho de 2005 e me surpreende como agora soa melhor do que as mixagens-rascunho que fizemos na ocasião. Desta primeira tentativa, aproveitamos minhas férias no trabalho e fizemos oito horas de gravação, das quais aproveitamos apenas pouco mais de quatro horas para registrarmos seis músicas - contando o tempo de arrumação do estúdio e equipamentos, fora o atraso de inestimáveis sessenta minutos de nosso baterista Daniel Derenusson. Já na segunda sessão, de março de 2006, parecia que tudo rolaria tranqüilo. Ensaiávamos ao menos três vezes por semana desde novembro de 2005 e nosso repertório ficou mais parrudo com a inclusão de várias músicas que não entraram nas gravações de 2005. Das vinte músicas previstas, gravamos dezenove nesta mesma data, durante uma sessão de gravação de doze horas das quais aproveitamos apenas oito. Infelizmente, inexplicavelmente (?), apesar de estarmos com tudo pronto para gravarmos, o baixista Arthur Kowarski me liga de manhãzinha para dizer que seu irmão, o baterista Daniel Kowarski, desejava desmarcar as gravações, marcadas havia mais de um mês, a pouco menos de uma hora para entrarmos em estúdio. Desmotivação geral, pois era como se todo o dinheiro gasto com ensaios, fora o tempo destinado a planejamentos, treinos individuais, etc. fosse jogado fora em cima da hora. Nesse dia, o Arthur deu uma prova de que a música que fazíamos lhe era importante, tanto é que trouxe seus baixos e as tralhas de bateria de seu irmão, o baterista da banda, para que eu e o técnico de som fizéssemos os ajustes no estúdio e retornou à Barra da Tijuca a fim de buscar o garoto e salvar o dia. E salvou mesmo! Fiquei tão desmotivado na hora que simplesmente gravei todas as bases com as guitarras munidas de cordas velhas. Daniel chegou tarde, mas acabou fazendo sua parte com bastante envolvimento, o que me leva a não associar todos estes "incidentes" como mera "vuduzagem alheia". Pois ninguém é obrigado a fazer o que não quer, mesmo quando há quem não saiba o quer. A execução coletiva não foi perfeita, mas foi o melhor que pudemos fazer nas dadas condições e olha que, em se tratando de barulheira tosca, minha opinião é a de que tudo funcionou a contento. Disponibilizei em alguns portais da web e para algumas poucas pessoas algumas destas gravações, ainda que tudo se tratasse de mixagens-rascunho. Da primeira gravação, rolou um lance bacana. Enviei um CDR pro Maurício Valladares, que então há pouco radicara seu legendário programa RoncaRonca na antiga Rádio Cidade, e este simplesmente pegou o pacote. Melhor, abriu o pacote no ar, ao vivo na rádio, e disse, sem citar nomes, que tocaria o material sem sequer ouvi-lo antes. E tocou de cara a primeira da demo, "Azure". São momentos como esse que justificam toda a aporrinhação, todo o perrengue que você atura para fazer o teu lance, da forma que melhor te convém. Estou mexendo nessas demos em casa e tenho curtido o som que sai dos auto-falantes. Não resta a menor dúvida de que seria totalmente inviável fazer o "pós-gravação" que faço em casa dentro de um e$túdio com o taxímetro rodando a mil. E tem mais: até prova em contrário, não conheço ninguém capaz de mexer naqueles áudios com o afinco que disponho aos mesmos. Portanto, vagabundo não vai entrar numas de vir com papinho de mercadologia fonográfica e toda uma pasmaceira que a cada dia cai mais em desuso. É claro que não se pode ser simplista ao extremo numa situação dessas, mas dá vontade de rir do "maquiavelismo mercadológico" dos "entendidos" dos negócios de "música". Neste exato momento, o mais importante é fazer um retrato adequado de como soamos os TRÊS tocando ao vivo dentro de uma sala fechada com isolamento acústico. O resto, a gente resolve quando for a hora... Estou com CDRs do material e, quando der na telha, disponibilizo para quem se dispuser a se interessar.

Continua...

Texto de Marcus Marçal. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via e-mail.

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Sou Marcus Marçal, jornalista de profissão e músico de coração.

Veja bem, se esta é sua primeira visita, afirmo de antemão que, para usufruir dos textos deste blog, é necessário um mínimo de inteligência. Este blog contém reflexões sobre música, material ficcional, devaneios biográficos, desvarios em prosa, egotrips sonoras e até mesmo material de cunho jornalístico.

E, se você não é muito acostumado à leitura, provavelmente pode ter um pouco de dificuldades com a forma caótica com que as informações são despejadas neste espaço.

Gostaria de deixar claro que os referenciais sobre texto e música aqui dispostos são vastos e muitas das vezes antagônicos entre si. Por essa razão, narrativa-linear não é sobrenome deste espaço, entende?

Tendo isto em mente, fica mais fácil dialogarmos sobre nossos interesses em comum dispostos aqui, pois o entendimento de parte dos textos contidos neste blog não deve ser feito ao pé da letra. E se você por acaso tiver conhecimento ou mesmo noção das funções da linguagem então poderá usufruir mais adequadamente do material contido neste site, munido de ferramentas de responsabilidade de ordem exclusiva ao leitor.

Quero dizer que, apesar da minha formação como jornalista, apenas uma parcela pequena dos textos aqui expostos foi e é concebida com este intuito, o que me permite escrever sem maiores preocupações com formatos ou convenções. Geralmente escrevo o que me dá na telha e só depois eventualmente faço alguma revisão mais atenta, daí a razão de por essas e outras eu deixar como subtítulo para este O SOM DA MÚSICA o bordão VERBORRAGIA DE CÓDIGO-FONTE ABERTO COM VALIDADE RESTRITA, e também porque me reservo ao direito de minhas opiniões se transformarem com o passar do tempo.

Portanto, faço um pedido encarecidamente às pessoas dotadas de pensamento obtuso, aos fanáticos de todos os tipos, aos analfabetos funcionais e às aberrações do tipo: por gentileza, não percam seu tempo com minha leitura a fim de lhes poupar atenção dispensada indevidamente.

Aos leitores tradicionais e visitantes ocasionais com flexibilidade de raciocínio, peço minhas sinceras desculpas. Faço esse blá-blá-blá todo apenas para afastar qualquer pessoa com pouca inteligência. Mesmo porque tem tanta gente por aí que domina as normas da língua portuguesa, mas são praticamente analfabetos funcionais...


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Espero que este seja um território livre para a discussão e expressão de opiniões, ainda que contrárias as minhas, acerca de nossa paixão pela música. Afinal, de nada valeria escutarmos discos, fazermos músicas, lermos textos, irmos a shows e vivermos nossas vidas sem que pudéssemos compartilhar nossas opiniões a respeito disso tudo.

Espero que você seja o tipo de leitor que aprecie a abordagem sobre música contida neste blog.


De qualquer forma, sejam todos bem-vindos! Sintam-se como se estivessem em casa.

Caso queira entrar em contato, meu email é marcus.marcal@yahoo.com.br.
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