O SOM DA MÚSICA: FRAGMENTOS DE MONOLITO IX

Friday, December 15, 2006

FRAGMENTOS DE MONOLITO IX

Medo / Pequeno sabe-tudo / Vida Selvagem Adolescente

"Às vezes tenho medo, às vezes sinto minha mão presa pelo ar e quando eu olho em volta, encontro uma multidão presa pelo ar. Às vezes tenho raiva, às vezes sinto que a ilusão me faz recuar. Pois muita gente mente, pois muita gente dá a mão só pra empurrar. Só pra empurrar! Só pra empurrar! Te dão a mão, te dão a mão só pra empurrar!"
Citação sem intuito comercial de "Medo", texto da canção do Cólera (1986).

"Eu sou o moleque que ninguém conhece. Vivi uma vida que nunca escolhi, mas estes pensamentos em minha mente são minha propriedade, minha propriedade. Estou cara-a-cara com o desconhecido, meu filme assustador será apresentado. Eu tenho uma mente maléfica de minha propriedade, de minha propriedade. Usufruimos de outro e nunca paramos de nos perguntar como seria a perspectiva do cara do outro lado. Bem, nada dura para sempre quando o estúpido se torna o sagaz. Por que você ainda se impressiona? Pequeno sabe-tudo. Dez contos na minha mão. Pequeno sabe-tudo. Não chore, eu compreendo. Eu sou um alvo do esperto. Eles pegaram ambição e eu coração. Analisado e rotulado antes mesmo que eu começasse. Então me diga a quem eu devo respeitar, eu sinto uma coleira em volta de meu pescoço e descubro que há vergonha no jogo. Tiramos de outro e nunca deixamos de nos indagar como nos sentiríamos do outro lado. Bem, nada dura eternamente quando o estúpido vira o esperto, por que você se surpreende? E eu me sinto como se fosse capturado fora da caixa, como se estivesse dormindo, quando na verdade eu não estou. Procurando a essência. Procurando a verdade..."
Tradução não-literal sem intuito comercial de "Little Know it all", texto de Iggy Pop & the Stooges (2003), feita por Marcus Marçal.


"Como calhou de quereres apenas o amanhã com sua promessa de algo difícil a fazer, a aventura de uma vida real vale mais do que pedaços de ouro. Céus azuis acima e o sol sobre teus braços, força no teu passo, e esperanças nesses olhos limpos, tu receberás frias recepções aonde quer que vás. Cego de desejo, adivinho em que estação estamos. Então engatas socos com tua própria sombra, procurando a verdade, mas já está tudo no esquema. Tu destróis tua arma de milhão de dólares e continuas a gozar a tua sorte. Um monge de nariz partido és tu, um dos rapazes da nova onda, a mesma merda de sempre travestida de roupas novas que chega aos holofotes. Medonho como um adolescente milionário que finge que este é o mundo de um fissurado. E tu me tiras de lado e me indaga o que fazer, então me espera na entrada e eu te direi que não perguntes a mim, pois de bocadas eu nada sei. Mas eles crescem em número e se deparam comigo em uma bocada. Sinto-me como o grupo de uma só pessoa. Eles não podem fazer isto a mim, não sou uma mera peça da vida selvagem adolescente. As parteiras da história põem seus ensanguentados vestidos e a palavra de ordem é que a presa saia por si própria, talvez estejas só pela última vez. Então tu inspiras por um bom tempo. depois uivas como um lobo em uma cilada e não ousas olhar para trás. Cais por terra como uma folha de árvore e vislumbras de uma só vez o vasto céu azul. Gritas alto enquanto miram em cima de você. Não, não sou mais uma peça da vida selvagem dos adolescentes. E ninguém terá visto nada, tampouco confessará. As impressões digitais provarão que tu não podias fazê-lo e haverá outros em fila esperando a vez, preenchendo o passado que sussurrará à voz baixa. Cada um a seu modo, apenas um outro pedaço da vida selvagem dos adolescentes".
Tradução não-literal sem intuito comercial de "Teenage Wildlife", texto de David Bowie (1980), feita por Marcus Marçal.

Não é permitida a reprodução destas traduções de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via e-mail.

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1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Oi Marcos.
Caí de pára-queda em teu site quando procurava uma matéria sobre adolescente.
Bem, diante do teu discurso na primeira página, não pude conter-me a fazer um comentário. Apesar da tua sinceridade, percebi um tom sarcástico e arrogante. Pareceu-me, dono de todo o saber. Que pena. Os verdadeiros sábios são aqueles q estão sempre discpostos a aprender até mesmo com aqueles q nada sabem.
Muitos entraram em teu site, até mesmo aqueles que nada sabem, no entanto poderam te ensinar muitas coisas.
Até a proxima visita.

8:14 AM  

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Sou Marcus Marçal, jornalista de profissão e músico de coração.

Veja bem, se esta é sua primeira visita, afirmo de antemão que, para usufruir dos textos deste blog, é necessário um mínimo de inteligência. Este blog contém reflexões sobre música, material ficcional, devaneios biográficos, desvarios em prosa, egotrips sonoras e até mesmo material de cunho jornalístico.

E, se você não é muito acostumado à leitura, provavelmente pode ter um pouco de dificuldades com a forma caótica com que as informações são despejadas neste espaço.

Gostaria de deixar claro que os referenciais sobre texto e música aqui dispostos são vastos e muitas das vezes antagônicos entre si. Por essa razão, narrativa-linear não é sobrenome deste espaço, entende?

Tendo isto em mente, fica mais fácil dialogarmos sobre nossos interesses em comum dispostos aqui, pois o entendimento de parte dos textos contidos neste blog não deve ser feito ao pé da letra. E se você por acaso tiver conhecimento ou mesmo noção das funções da linguagem então poderá usufruir mais adequadamente do material contido neste site, munido de ferramentas de responsabilidade de ordem exclusiva ao leitor.

Quero dizer que, apesar da minha formação como jornalista, apenas uma parcela pequena dos textos aqui expostos foi e é concebida com este intuito, o que me permite escrever sem maiores preocupações com formatos ou convenções. Geralmente escrevo o que me dá na telha e só depois eventualmente faço alguma revisão mais atenta, daí a razão de por essas e outras eu deixar como subtítulo para este O SOM DA MÚSICA o bordão VERBORRAGIA DE CÓDIGO-FONTE ABERTO COM VALIDADE RESTRITA, e também porque me reservo ao direito de minhas opiniões se transformarem com o passar do tempo.

Portanto, faço um pedido encarecidamente às pessoas dotadas de pensamento obtuso, aos fanáticos de todos os tipos, aos analfabetos funcionais e às aberrações do tipo: por gentileza, não percam seu tempo com minha leitura a fim de lhes poupar atenção dispensada indevidamente.

Aos leitores tradicionais e visitantes ocasionais com flexibilidade de raciocínio, peço minhas sinceras desculpas. Faço esse blá-blá-blá todo apenas para afastar qualquer pessoa com pouca inteligência. Mesmo porque tem tanta gente por aí que domina as normas da língua portuguesa, mas são praticamente analfabetos funcionais...


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Sinta-se livre para expressar quaisquer opiniões a respeito dos textos contidos no blog, uma vez que de nada vale a pena esbravejar opiniões no cyber espaço sem o aval da resposta do interlocutor.

Espero que este seja um território livre para a discussão e expressão de opiniões, ainda que contrárias as minhas, acerca de nossa paixão pela música. Afinal, de nada valeria escutarmos discos, fazermos músicas, lermos textos, irmos a shows e vivermos nossas vidas sem que pudéssemos compartilhar nossas opiniões a respeito disso tudo.

Espero que você seja o tipo de leitor que aprecie a abordagem sobre música contida neste blog.


De qualquer forma, sejam todos bem-vindos! Sintam-se como se estivessem em casa.

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