FRAGMENTOS DE MONOLITO IV
NÓS SOMOS OS MORTOS / CAIU A FICHA
"Hoje alguma coisa mexeu comigo. Olhei para você e admirava-me se visses as coisas como as vejo. As pessoas nos depreciarão e isso hoje mexeu comigo. Nós levamos isso muito a sério o tempo todo. Porque não se importar, basta tu replicar-lhes que mudaste de idéias. Estamos a lutar com os olhos dos cegos levando tudo isso muito a sério. Sentimos que somos o papel que te sufoca todas as noites. Eles dizem-me: "Filho, nós te queremos". É tão ludibriante mas não chega a tanto porque estamos a controlar a nova juventude, ludibria teu mais próximo parentesco porque estás a dançar onde os cães arruinam o escatológico êxtase. Tu és apenas um aliado da legião que rastreia o rei puro, mas aprecio-te nesses sapatos de safada e nesse vestido vaporoso que não deixa rastro. Oh rapazinho, vista-se, pois os sinto chegar sobre trilhos devido a tudo aquilo que testemunhamos. Por tudo aquilo que dissemos, nós somos os mortos. Hoje impressionou-me alguma coisa. Olhei para ti e enumerei todas as vezes que estivemos na cama insistindo no nosso amor pela noite afora sabendo que é justo, sabendo que é correto. Agora espero que alguém venha a se importar em viver no suspiro da esperança a ser partilhada, acreditando nos que descendem de nosso amor. Alguém cuidará, mas no momento somos as afanosas criaturas do hoje reféns da dubiedade do amanhã. O paraíso está no travesseiro e seu silêncio faz embate ao inferno. É um serviço full-time, garantido a te fazer falar. As ruas estão cheias de jornalistas, destinados a serem enforcados e enterrados. E as Cortinas Legendárias são afora extraídas em torno de Baby Bancarrota que te exaure enquanto dormes, é o Teatro dos Financeiros. Conte-os, quinze em volta a uma mesa, Brancos e vestidos para matar. Oh minha suculenta, te acaricies por minhas mãos fazerem tudo menos tremerem. Oh menino, agasalhe-se, pois os sinto chegar sobre carris em razão a tudo aquilo que presenciamos. Por tudo aquilo que declaramos, nós somos os mortos".
Tradução livre de "We are the Dead", texto de David Bowie (1974), com referências a 1984 de George Orwell, destituída de qualquer intuito comercial, feita por Marcus Marçal. Não é permitida a reprodução desta tradução de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via e-mail mailto:marcus.marcal@yahoo.com.br.
"Virtual. Inaudível. Voa certeiro. Sorrateiro. Rápido e mortal. Não existe guerra alguma, apesar de todo esse barulho infernal. É só o capital cruzando o mar. Ele hoje voa muito mais rápido e certeiro que qualquer míssil. E quando volta da missão, tudo o que deixa é terra arrasada pois seu poder destruidor é muito mais fulminante e duradouro... Virtual. Inaudível. Voa certeiro. Sorrateiro. Rápido e mortal..."
Citação de "Caiu a Ficha", texto de 04 (2001), destituída de qualquer intuito comercial.
"Hoje alguma coisa mexeu comigo. Olhei para você e admirava-me se visses as coisas como as vejo. As pessoas nos depreciarão e isso hoje mexeu comigo. Nós levamos isso muito a sério o tempo todo. Porque não se importar, basta tu replicar-lhes que mudaste de idéias. Estamos a lutar com os olhos dos cegos levando tudo isso muito a sério. Sentimos que somos o papel que te sufoca todas as noites. Eles dizem-me: "Filho, nós te queremos". É tão ludibriante mas não chega a tanto porque estamos a controlar a nova juventude, ludibria teu mais próximo parentesco porque estás a dançar onde os cães arruinam o escatológico êxtase. Tu és apenas um aliado da legião que rastreia o rei puro, mas aprecio-te nesses sapatos de safada e nesse vestido vaporoso que não deixa rastro. Oh rapazinho, vista-se, pois os sinto chegar sobre trilhos devido a tudo aquilo que testemunhamos. Por tudo aquilo que dissemos, nós somos os mortos. Hoje impressionou-me alguma coisa. Olhei para ti e enumerei todas as vezes que estivemos na cama insistindo no nosso amor pela noite afora sabendo que é justo, sabendo que é correto. Agora espero que alguém venha a se importar em viver no suspiro da esperança a ser partilhada, acreditando nos que descendem de nosso amor. Alguém cuidará, mas no momento somos as afanosas criaturas do hoje reféns da dubiedade do amanhã. O paraíso está no travesseiro e seu silêncio faz embate ao inferno. É um serviço full-time, garantido a te fazer falar. As ruas estão cheias de jornalistas, destinados a serem enforcados e enterrados. E as Cortinas Legendárias são afora extraídas em torno de Baby Bancarrota que te exaure enquanto dormes, é o Teatro dos Financeiros. Conte-os, quinze em volta a uma mesa, Brancos e vestidos para matar. Oh minha suculenta, te acaricies por minhas mãos fazerem tudo menos tremerem. Oh menino, agasalhe-se, pois os sinto chegar sobre carris em razão a tudo aquilo que presenciamos. Por tudo aquilo que declaramos, nós somos os mortos".
Tradução livre de "We are the Dead", texto de David Bowie (1974), com referências a 1984 de George Orwell, destituída de qualquer intuito comercial, feita por Marcus Marçal. Não é permitida a reprodução desta tradução de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via e-mail mailto:marcus.marcal@yahoo.com.br.
"Virtual. Inaudível. Voa certeiro. Sorrateiro. Rápido e mortal. Não existe guerra alguma, apesar de todo esse barulho infernal. É só o capital cruzando o mar. Ele hoje voa muito mais rápido e certeiro que qualquer míssil. E quando volta da missão, tudo o que deixa é terra arrasada pois seu poder destruidor é muito mais fulminante e duradouro... Virtual. Inaudível. Voa certeiro. Sorrateiro. Rápido e mortal..."
Citação de "Caiu a Ficha", texto de 04 (2001), destituída de qualquer intuito comercial.
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