DE ORELHADA XXXXV: Folk tatibitate de estréia em disco mostra Mallu Magalhães crescendo em público
A estréia em disco da cantora adolescente Mallu Magalhães retrata seu amadurecimento aos olhos do público. Este clichê da indústria do disco é a melhor definição para se caracterizar seu trabalho, conforme se pode ler repetidamente nas mais variadas resenhas sobre o disco em veículos de mídia impressa e Internet.
Com produção de Mário Caldato Jr. (Beastie Boys, Marisa Monte e Marcelo D2, entre outros), “Mallu Magalhães” é um disco independente e dá prosseguimento ao folk tatibitate com o qual a cantora despontou na Internet.
Ponta-de-lança de uma cena folk fake inventada por expoentes da mídia paulistana, sua carreira foi alavancada pelo hype em torno de suas músicas lançadas no portal MySpace. E agora Mallu Magalhães reverencia também em disco suas influências maiores, como o “Bobo boy” Dylan do início dos anos 60 e o country rock da trilha sonora da cine-biografia “Johnny & June”.
Influências de nomes próximos à Magalhães, como Vanguart e Marcelo Camelo, também tangenciam o repertório da jovem cantora em alguns momentos esporádicos.
Tatibitate em excesso
Mas tamanha reverência acaba surtindo um efeito pejorativo, principalmente em canções como “Have You Ever”, “Don’t You Look Back”, “Angelina, Angelina” e no folk repleto de onomatopéias infantis dos underhits “Tchubaruba” e “J1”. Afinal, tamanha fofura também tem limite!
Não bastasse o “dubidoo” pseudo-country, seus músicos também se comportam como se tivessem saído de algum pub chulé de Nashville (EUA) nos anos 60, o que atesta a inocência desta empreitada, adequadamente emoldurada pelo desenho de sua capa, que ostenta um singelo leãozinho. Isso certamente leva os mais velhos a tacharem o vigente “neofolk brazuca” como brincadeira de criança -- é o mesmo efeito adverso provocado pela capa do disco de estréia do Vanguart, que emula as legendárias “The Basement Tapes” (1975) de Dylan & The Band.
Por essa razão, a função de Caldato foi essencial para o bom resultado do trabalho, pois reforça a constatação de que este é apenas o primeiro disco de Mallu e é melhor não criarmos maiores expectativas. E a artista mostra que tem um belo futuro pela frente em canções adultas como “You Know You’ve Got It” e “O Preço da Flor”, que surpreendem pelos bons vocais e as letras inteligentes.
Ainda assim, o repertório de 15 canções eternizadas em “Mallu Magalhães” fica acima da média do pop rock nacional vigente e instiga o ouvinte em relação às futuras empreitadas da artista. Em se tratando de uma menina-mulher de 16 anos e suas canções simplórias, isso já é muito, pois Mallu canta muito bem e parece cada vez mais segura a cada nova aparição. Só precisa perder urgentemente o ranço de caipira norte-americano, o que pega mal para uma brasileira com idade suficiente para lhe garantir o direito ao voto. (MARCUS MARÇAL)
Com produção de Mário Caldato Jr. (Beastie Boys, Marisa Monte e Marcelo D2, entre outros), “Mallu Magalhães” é um disco independente e dá prosseguimento ao folk tatibitate com o qual a cantora despontou na Internet.
Ponta-de-lança de uma cena folk fake inventada por expoentes da mídia paulistana, sua carreira foi alavancada pelo hype em torno de suas músicas lançadas no portal MySpace. E agora Mallu Magalhães reverencia também em disco suas influências maiores, como o “Bobo boy” Dylan do início dos anos 60 e o country rock da trilha sonora da cine-biografia “Johnny & June”.
Influências de nomes próximos à Magalhães, como Vanguart e Marcelo Camelo, também tangenciam o repertório da jovem cantora em alguns momentos esporádicos.
Tatibitate em excesso
Mas tamanha reverência acaba surtindo um efeito pejorativo, principalmente em canções como “Have You Ever”, “Don’t You Look Back”, “Angelina, Angelina” e no folk repleto de onomatopéias infantis dos underhits “Tchubaruba” e “J1”. Afinal, tamanha fofura também tem limite!
Não bastasse o “dubidoo” pseudo-country, seus músicos também se comportam como se tivessem saído de algum pub chulé de Nashville (EUA) nos anos 60, o que atesta a inocência desta empreitada, adequadamente emoldurada pelo desenho de sua capa, que ostenta um singelo leãozinho. Isso certamente leva os mais velhos a tacharem o vigente “neofolk brazuca” como brincadeira de criança -- é o mesmo efeito adverso provocado pela capa do disco de estréia do Vanguart, que emula as legendárias “The Basement Tapes” (1975) de Dylan & The Band.
Por essa razão, a função de Caldato foi essencial para o bom resultado do trabalho, pois reforça a constatação de que este é apenas o primeiro disco de Mallu e é melhor não criarmos maiores expectativas. E a artista mostra que tem um belo futuro pela frente em canções adultas como “You Know You’ve Got It” e “O Preço da Flor”, que surpreendem pelos bons vocais e as letras inteligentes.
Ainda assim, o repertório de 15 canções eternizadas em “Mallu Magalhães” fica acima da média do pop rock nacional vigente e instiga o ouvinte em relação às futuras empreitadas da artista. Em se tratando de uma menina-mulher de 16 anos e suas canções simplórias, isso já é muito, pois Mallu canta muito bem e parece cada vez mais segura a cada nova aparição. Só precisa perder urgentemente o ranço de caipira norte-americano, o que pega mal para uma brasileira com idade suficiente para lhe garantir o direito ao voto. (MARCUS MARÇAL)
Contatos pelo email marcus.marcal@uol.com.br
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