O SOM DA MÚSICA: ENTREVISTÃO XXXVIII: "Menos é mais para o Motörhead", diz o baterista Mikkey Dee, que lança o álbum "Motörizer"

Friday, October 24, 2008

ENTREVISTÃO XXXVIII: "Menos é mais para o Motörhead", diz o baterista Mikkey Dee, que lança o álbum "Motörizer"

15/09/2008 - 15h24
MARCUS MARÇAL
http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/09/15/ult89u9711.jhtm

"Motörizer", o novo álbum do grupo britânico Motörhead, é uma aula de rock'n roll básico. Em seu 20º disco de estúdio, a banda dá uma roupagem atual ao som pesado com o qual se notabilizou em álbuns clássicos como "Overkill" (1979), "Bomber" (1979), "Ace of Spades" (1980) e "Iron Fist" (1982), entre outros.

Junto aos Ramones e Stooges, o Motörhead é um dos melhores exemplos de como o rock'n roll pode soar poderoso com poucos acordes e muitos decibéis. E, embora seja uma banda com décadas de estrada marcadas por excessos de todo tipo, o Motörhead ainda impressiona pelo vigor de seu repertório novo -- uma constante em seus 33 anos de existência.

De Columbus, Ohio (EUA), o baterista Mikkey Dee falou ao UOL sobre o novo disco e os planos do grupo. Junto aos álbuns "Inferno" (2004) e "Kiss of Death" (2006), "Motörizer" retrata sonoramente o que o Motörhead representa hoje, conforme destacou o músico. "Nossos três últimos discos de estúdio salientam a versatilidade de nossa música, dentro do que se espera da banda. Não é fácil manter o padrão de qualidade com o qual o Motörhead se notabilizou, mas não é algo que pensemos muito a respeito. Simplesmente escrevemos nosso material novo e considero que estamos à altura do que se espera da banda e sua história", avalia.

"Motörizer" apresenta 11 faixas distribuídas em aproximadamente 40 minutos. Apesar da curta duração, o disco contém variedade musical suficiente para representar diferentes facetas do Motörhead --do punk ao metal, com destaque para as nuances de hard rock e blues.

"Acho que não seria válido destacarmos qualquer tema do disco em especial, pois ele é suficientemente variado dentro das referências com as quais a banda se popularizou. E 'Motörizer' tem todo tipo de música --desde canções lentas, rápidas ou mesmo gêneros variados. No entanto, é a mistura desses elementos característicos de nossa história que faz este álbum o melhor retrato do que o Motörhead é hoje em dia", diz.

Veteranos do rock pesado
Desde sua criação em 1975, a banda é capitaneada por Lemmy Kilminster, 63 (baixo e voz), e foi a primeira a misturar heavy metal e punk rock, até então estilos antagônicos. Uma das figuras mais legendárias da história do rock'n roll, o baixista e vocalista é também a alma do Motörhead.

Na ativa oficialmente desde 1992, a atual formação da banda também conta com Phillip Campbell (guitarra), além de Mikkey Dee.

Sobre o processo de composição de faixas do novo disco, como "Runaround Man", "English Rose", "Time is Right" e "The Thousand Names of God", Dee afirma: "Lemmy é o responsável pelas letras e temos muita confiança em seu trabalho. Ele é muito criativo e geralmente faz uso de muito sarcasmo e até mesmo maldade em suas composições. Isso às vezes não funciona no primeiro momento, mas aí damos nossa opinião, e Lemmy faz os devidos ajustes”, explica.

No decorrer das décadas, o Motörhead se notabilizou por ser simples e direta. "Menos é mais em se tratando desta banda. Se hoje complicássemos muito nosso trabalho com aparatos de produção, isso seria ruim e indigno à história do Motörhead. É justamente a simplicidade da obra que inspira tanta gente interessante. E no que isso nos diz respeito, esse é apenas modo como nos expressamos e fazemos nosso trabalho", avalia.

Parte de "Motörizer" foi produzida no 606 Studios, em Los Angeles, EUA. O estúdio pertence a Dave Grohl, líder do Foo Fighters e notoriamente um grande fã da banda. Considerado um dos músicos mais simpáticos e prestativos do universo roqueiro mainstream, Grohl se notabilizou por inúmeras participações em projetos alheios (Backbeat Band, Queens of the Stone Age, Cat Power, entre outros) e eventualmente chega a oferecer seus préstimos de baterista para suas bandas prediletas, como já aconteceu com o Led Zeppelin, por exemplo.

Documentário
Músicos de uma banda com mais de 30 anos de estrada certamente têm muitas histórias boas para contar. E, além do disco novo, os fãs do Motörhead têm muito o que comemorar: um documentário sobre a vida do líder do grupo está sendo finalizado, com previsão de lançamento para 2009. "Lemmy: The Movie" conta a história de Lemmy Killminster desde os anos 60 até os dias de hoje e inclui entrevistas com integrantes do Motörhead, colegas e fãs como Slash, Dave Grohl, Mick Jones (The Clash), Alice Cooper, Steve Vai e o profissional de luta livre Triple H, entre outros.

Dirigido por Greg Olliver e Wes Orshoski, o filme foi registrado em alta definição e Super 16mm, mas não é um projeto da banda. Segundo Mikkey Dee, o trio apenas liberou acesso da equipe de filmagem aos bastidores das turnês do Motörhead durante dois anos. "Não conhecíamos os caras e particularmente não temos muito a adiantar sobre esse trabalho. Os caras da equipe de filmagem simplesmente nos seguiram em nossas turnês pelo mundo e, do pouco que sei, o filme está 90% pronto", conta.

Um acordo de distribuição ainda não foi assinado, mas um vídeo promocional pode ser visto no site oficial do documentário. O trailler contém imagens da banda em cena, além de alguns segmentos em que Lemmy Kilmister testa alguns amplificadores de baixo em volumes ensurdecedores e conta piadas impróprias para menores.

Contatos pelo email marcus.marcal@uol.com.br


CLIQUE AQUI PARA VOLTAR AO ÍNDICE DE SEÇÕES

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home



 

 



Sou Marcus Marçal, jornalista de profissão e músico de coração.

Veja bem, se esta é sua primeira visita, afirmo de antemão que, para usufruir dos textos deste blog, é necessário um mínimo de inteligência. Este blog contém reflexões sobre música, material ficcional, devaneios biográficos, desvarios em prosa, egotrips sonoras e até mesmo material de cunho jornalístico.

E, se você não é muito acostumado à leitura, provavelmente pode ter um pouco de dificuldades com a forma caótica com que as informações são despejadas neste espaço.

Gostaria de deixar claro que os referenciais sobre texto e música aqui dispostos são vastos e muitas das vezes antagônicos entre si. Por essa razão, narrativa-linear não é sobrenome deste espaço, entende?

Tendo isto em mente, fica mais fácil dialogarmos sobre nossos interesses em comum dispostos aqui, pois o entendimento de parte dos textos contidos neste blog não deve ser feito ao pé da letra. E se você por acaso tiver conhecimento ou mesmo noção das funções da linguagem então poderá usufruir mais adequadamente do material contido neste site, munido de ferramentas de responsabilidade de ordem exclusiva ao leitor.

Quero dizer que, apesar da minha formação como jornalista, apenas uma parcela pequena dos textos aqui expostos foi e é concebida com este intuito, o que me permite escrever sem maiores preocupações com formatos ou convenções. Geralmente escrevo o que me dá na telha e só depois eventualmente faço alguma revisão mais atenta, daí a razão de por essas e outras eu deixar como subtítulo para este O SOM DA MÚSICA o bordão VERBORRAGIA DE CÓDIGO-FONTE ABERTO COM VALIDADE RESTRITA, e também porque me reservo ao direito de minhas opiniões se transformarem com o passar do tempo.

Portanto, faço um pedido encarecidamente às pessoas dotadas de pensamento obtuso, aos fanáticos de todos os tipos, aos analfabetos funcionais e às aberrações do tipo: por gentileza, não percam seu tempo com minha leitura a fim de lhes poupar atenção dispensada indevidamente.

Aos leitores tradicionais e visitantes ocasionais com flexibilidade de raciocínio, peço minhas sinceras desculpas. Faço esse blá-blá-blá todo apenas para afastar qualquer pessoa com pouca inteligência. Mesmo porque tem tanta gente por aí que domina as normas da língua portuguesa, mas são praticamente analfabetos funcionais...


As seções do blog você encontra ao lado, sempre no post ÍNDICE DE SEÇÕES, e a partir dele fica fácil navegar por este site pessoal intitulado O SOM DA MÚSICA.

Sinta-se livre para expressar quaisquer opiniões a respeito dos textos contidos no blog, uma vez que de nada vale a pena esbravejar opiniões no cyber espaço sem o aval da resposta do interlocutor.

Espero que este seja um território livre para a discussão e expressão de opiniões, ainda que contrárias as minhas, acerca de nossa paixão pela música. Afinal, de nada valeria escutarmos discos, fazermos músicas, lermos textos, irmos a shows e vivermos nossas vidas sem que pudéssemos compartilhar nossas opiniões a respeito disso tudo.

Espero que você seja o tipo de leitor que aprecie a abordagem sobre música contida neste blog.


De qualquer forma, sejam todos bem-vindos! Sintam-se como se estivessem em casa.

Caso queira entrar em contato, meu email é marcus.marcal@yahoo.com.br.
Grande abraço!
Powered by Blogger