ENTREVISTÃO XXXIX: Millencolin toca pela terceira vez no Brasil; leia entrevista com o guitarrista Mathias Färm
17/09/2008 - 18h28
MARCUS MARÇAL
http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/09/17/ult89u9721.jhtm
O grupo sueco Millencolin faz quatros shows em sua terceira excursão pelo Brasil em outubro. Com passagens pelo país em 1998 e 2006, a banda apresenta seu punk pop/hardcore melódico no Rio (9), em Fortaleza (10), São Paulo (11) e Curitiba (12), segundo informação publicada em seu site oficial.
De Örebro, cidade natal do grupo sueco, o guitarrista Mathias Färm falou ao UOL nesta terça-feira (16) sobre a nova excursão. "Será um grande show de rock'n roll. Nossa última turnê no Brasil foi uma experiência divertida e estamos realmente ansiosos por tocar aí. O público daí é insano", destacou o músico.
Mathias Färm também declarou que o Millencolin apresentará um repertório variado para o roteiro das apresentações no Brasil. "Tocaremos músicas de todos os nossos álbuns, misturadas umas as outras em nosso repertório. Serão as favoritas de nosso público, devidamente testadas na estrada", antecipa.
Além de Färm, o Millencolin conta com Nikola Sarcevic (baixo e voz), Erik Ohlsson (guitarra) e Fredrik Larzon (bateria) em sua formação.
A banda foi criada em 1992 e já lançou sete discos de inéditas. Álbuns como "Pennybridge Pioneers" (2000), "Home from Home" (2002) e "Kingwood" (2005) e "Machine 15" (2008) são itens de destaque em sua discografia.
Leia abaixo a entrevista com Mathias Färm, guitarrista do Millencolin:
O que os fãs do Millencolin podem esperar da terceira passagem da banda pelo Brasil?
MATHIAS FÄRM: Será um grande show de rock'n roll. O público brasileiro é insano e estamos realmente ansiosos para tocar aí. Foi demais até mesmo da primeira vez em que tocamos aí, quando éramos uma banda menor do que somos hoje. Mesmo assim, o acolhimento da audiência local foi memorável para nós. Da última vez que nós fomos ao Brasil toda nossa bagagem e equipamento se extraviou no aeroporto, então tivemos que usar material alheio que nos foi emprestado -- guitarras e tudo mais. Foi uma experiência muito estranha. Mas desta vez nós temos a esperança de que isto não tornará a acontecer e assim nossa performance será muito melhor. Nós tocaremos músicas de todos os nossos álbuns, misturadas umas às outras no roteiro do show. Serão as favoritas de nosso público, devidamente testadas na estrada. Certamente será uma experiência interessante e divertida, pois nosso repertório terá várias músicas de discos como "Tiny Tunes" (1993), "Life on a Plate" (1995), Pennybridge Pioneers" (2000), "Home from Home" (2002) e "Kingwood" (2005) -- o que dá um bom apanhado do melhor do que já fizemos. Além disso, também tocaremos duas canções de "Machine Fifteen", nosso último álbum, lançado em 2008.
Milencolin já lançou sete álbuns de inéditas até hoje. Como você destaca a evolução de sua música?
FÄRM: Quando formamos o Millencolin há aproximadamente quinze anos, tudo o que queríamos era tocar punk rock como as bandas do sul da Califórnia faziam --aquele tipo de música que você encontra em vídeos de skate. Acredito que, no decorrer dos anos, desenvolvemos o som do Millencolin e hoje nossa identidade musical se evidencia mais do que qualquer uma de nossas influências. A banda realizou um importante progresso nesse período e hoje estamos bastante satisfeitos com o que fazemos, pois nos divertimos muito tocando ao vivo. Estamos na ativa há muito tempo, ao ponto de influenciarmos outras bandas atualmente -- o que é demais. Para você ter uma idéia: no início da banda, foi realmente muito bacana quando conseguimos nosso primeiro contrato com o selo Burning Heart em 1993. Éramos realmente uma banda muito pequena, assim como o selo. Então calhou de crescermos juntos. Mas, dali em diante, tudo o que conquistamos aconteceu passo a passo e com muito trabalho envolvido nisso. Tem sido uma longa jornada para o Millencolin. E, se tivéssemos que escolher o melhor álbum em nossa discografia, certamente ele sempre será o nosso trabalho mais recente. Particularmente, meus favoritos são "Machine 15" (2008) e "Pennybridge Pioneers" (2000) - este álbum foi uma espécie de passagem de nível para nós. Foi gravado nos EUA e representou uma espécie de novo começo para a banda.
O que "Machine 15" representa para a sonoridade do Millencollin e quais são suas músicas preferidas do disco?
FÄRM: É difícil falar a respeito de "Machine 15" e descrevê-lo de uma maneira objetiva, pois é um trabalho muito recente. Então daqui a dois anos talvez seja mais fácil falar alguma coisa sobre este disco em particular, pois é um álbum muito coeso, com várias canções ótimas. Gosto especialmente da canção "Done is Done", pois nunca havíamos escrito algo parecido e é como se modernizássemos nosso som. Mas eu também aprecio "Broken World", "Who's Laughing Now" e a faixa-título. Essas músicas são as minhas preferidas em "Machine 15" e talvez as toquemos no Brasil. Mas ainda não sabemos exatamente a lista de músicas que apresentaremos, afinal é melhor quando essas coisas são surpresa.
Na cena de rock mainstream atual, o emocore desfruta de uma superexposição que já foi uma vez creditada ao hardcore melódico e à cena californiana em meados dos anos 90. Qual é sua opinião sobre as bandas de punk melódico das paradas de sucesso atuais, especialmente o emocore?
FÄRM: Não estou realmente muito inteirado sobre o que se passa com as bandas mais populares. Mas, em minha opinião, existe muita coisa boa no punk rock contemporâneo. Não estou muito envolvido com o emocore, então para mim é um pouco tedioso. Eu até gosto de My Chemical Romance e Fall Out Boy, mas não sei... Meu interesse maior é por bandas antigas como o Quicksand, que era capitaneada por Walter Schreifels (que também participou de inúmeros grupos de hardcore como Gorilla Biscuits, Rival Schools e Moondog, entre outros). É uma das minhas bandas preferidas e influenciou muitos grupos da atualidade. É um tipo mais pesado de hardcore, com maior ênfase na técnica.
Em sua opinião, o emocore é um fenômeno efêmero no mainstream?
FÄRM: Talvez. Mesmo porque atualmente há muita diversidade musical, além de espaço para todos --uma prova disso é hoje vermos todo tipo de música no mainstream. Mas, no meio musical, as coisas são cíclicas. Por exemplo: o Green Day se tornou grande em 1994 e aproximadamente dez anos depois eles lançaram o álbum "American Idiot" - e aí que voltaram a ser grandes novamente. E assim se fecha um círculo. De qualquer forma, emocore não é um estilo popular aqui na Suécia realmente. É um fenômeno mais restrito aos EUA.
MARCUS MARÇAL
http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/09/17/ult89u9721.jhtm
O grupo sueco Millencolin faz quatros shows em sua terceira excursão pelo Brasil em outubro. Com passagens pelo país em 1998 e 2006, a banda apresenta seu punk pop/hardcore melódico no Rio (9), em Fortaleza (10), São Paulo (11) e Curitiba (12), segundo informação publicada em seu site oficial.
De Örebro, cidade natal do grupo sueco, o guitarrista Mathias Färm falou ao UOL nesta terça-feira (16) sobre a nova excursão. "Será um grande show de rock'n roll. Nossa última turnê no Brasil foi uma experiência divertida e estamos realmente ansiosos por tocar aí. O público daí é insano", destacou o músico.
Mathias Färm também declarou que o Millencolin apresentará um repertório variado para o roteiro das apresentações no Brasil. "Tocaremos músicas de todos os nossos álbuns, misturadas umas as outras em nosso repertório. Serão as favoritas de nosso público, devidamente testadas na estrada", antecipa.
Além de Färm, o Millencolin conta com Nikola Sarcevic (baixo e voz), Erik Ohlsson (guitarra) e Fredrik Larzon (bateria) em sua formação.
A banda foi criada em 1992 e já lançou sete discos de inéditas. Álbuns como "Pennybridge Pioneers" (2000), "Home from Home" (2002) e "Kingwood" (2005) e "Machine 15" (2008) são itens de destaque em sua discografia.
Leia abaixo a entrevista com Mathias Färm, guitarrista do Millencolin:
O que os fãs do Millencolin podem esperar da terceira passagem da banda pelo Brasil?
MATHIAS FÄRM: Será um grande show de rock'n roll. O público brasileiro é insano e estamos realmente ansiosos para tocar aí. Foi demais até mesmo da primeira vez em que tocamos aí, quando éramos uma banda menor do que somos hoje. Mesmo assim, o acolhimento da audiência local foi memorável para nós. Da última vez que nós fomos ao Brasil toda nossa bagagem e equipamento se extraviou no aeroporto, então tivemos que usar material alheio que nos foi emprestado -- guitarras e tudo mais. Foi uma experiência muito estranha. Mas desta vez nós temos a esperança de que isto não tornará a acontecer e assim nossa performance será muito melhor. Nós tocaremos músicas de todos os nossos álbuns, misturadas umas às outras no roteiro do show. Serão as favoritas de nosso público, devidamente testadas na estrada. Certamente será uma experiência interessante e divertida, pois nosso repertório terá várias músicas de discos como "Tiny Tunes" (1993), "Life on a Plate" (1995), Pennybridge Pioneers" (2000), "Home from Home" (2002) e "Kingwood" (2005) -- o que dá um bom apanhado do melhor do que já fizemos. Além disso, também tocaremos duas canções de "Machine Fifteen", nosso último álbum, lançado em 2008.
Milencolin já lançou sete álbuns de inéditas até hoje. Como você destaca a evolução de sua música?
FÄRM: Quando formamos o Millencolin há aproximadamente quinze anos, tudo o que queríamos era tocar punk rock como as bandas do sul da Califórnia faziam --aquele tipo de música que você encontra em vídeos de skate. Acredito que, no decorrer dos anos, desenvolvemos o som do Millencolin e hoje nossa identidade musical se evidencia mais do que qualquer uma de nossas influências. A banda realizou um importante progresso nesse período e hoje estamos bastante satisfeitos com o que fazemos, pois nos divertimos muito tocando ao vivo. Estamos na ativa há muito tempo, ao ponto de influenciarmos outras bandas atualmente -- o que é demais. Para você ter uma idéia: no início da banda, foi realmente muito bacana quando conseguimos nosso primeiro contrato com o selo Burning Heart em 1993. Éramos realmente uma banda muito pequena, assim como o selo. Então calhou de crescermos juntos. Mas, dali em diante, tudo o que conquistamos aconteceu passo a passo e com muito trabalho envolvido nisso. Tem sido uma longa jornada para o Millencolin. E, se tivéssemos que escolher o melhor álbum em nossa discografia, certamente ele sempre será o nosso trabalho mais recente. Particularmente, meus favoritos são "Machine 15" (2008) e "Pennybridge Pioneers" (2000) - este álbum foi uma espécie de passagem de nível para nós. Foi gravado nos EUA e representou uma espécie de novo começo para a banda.
O que "Machine 15" representa para a sonoridade do Millencollin e quais são suas músicas preferidas do disco?
FÄRM: É difícil falar a respeito de "Machine 15" e descrevê-lo de uma maneira objetiva, pois é um trabalho muito recente. Então daqui a dois anos talvez seja mais fácil falar alguma coisa sobre este disco em particular, pois é um álbum muito coeso, com várias canções ótimas. Gosto especialmente da canção "Done is Done", pois nunca havíamos escrito algo parecido e é como se modernizássemos nosso som. Mas eu também aprecio "Broken World", "Who's Laughing Now" e a faixa-título. Essas músicas são as minhas preferidas em "Machine 15" e talvez as toquemos no Brasil. Mas ainda não sabemos exatamente a lista de músicas que apresentaremos, afinal é melhor quando essas coisas são surpresa.
Na cena de rock mainstream atual, o emocore desfruta de uma superexposição que já foi uma vez creditada ao hardcore melódico e à cena californiana em meados dos anos 90. Qual é sua opinião sobre as bandas de punk melódico das paradas de sucesso atuais, especialmente o emocore?
FÄRM: Não estou realmente muito inteirado sobre o que se passa com as bandas mais populares. Mas, em minha opinião, existe muita coisa boa no punk rock contemporâneo. Não estou muito envolvido com o emocore, então para mim é um pouco tedioso. Eu até gosto de My Chemical Romance e Fall Out Boy, mas não sei... Meu interesse maior é por bandas antigas como o Quicksand, que era capitaneada por Walter Schreifels (que também participou de inúmeros grupos de hardcore como Gorilla Biscuits, Rival Schools e Moondog, entre outros). É uma das minhas bandas preferidas e influenciou muitos grupos da atualidade. É um tipo mais pesado de hardcore, com maior ênfase na técnica.
Em sua opinião, o emocore é um fenômeno efêmero no mainstream?
FÄRM: Talvez. Mesmo porque atualmente há muita diversidade musical, além de espaço para todos --uma prova disso é hoje vermos todo tipo de música no mainstream. Mas, no meio musical, as coisas são cíclicas. Por exemplo: o Green Day se tornou grande em 1994 e aproximadamente dez anos depois eles lançaram o álbum "American Idiot" - e aí que voltaram a ser grandes novamente. E assim se fecha um círculo. De qualquer forma, emocore não é um estilo popular aqui na Suécia realmente. É um fenômeno mais restrito aos EUA.
Contatos pelo email marcus.marcal@uol.com.br
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