O SOM DA MÚSICA: ENTREVISTÃO XII: Ana Carolina lança registro ao vivo da turnê "Dois Quartos"

Friday, October 24, 2008

ENTREVISTÃO XII: Ana Carolina lança registro ao vivo da turnê "Dois Quartos"

24/03/2008 - 21h14
MARCUS MARÇAL
Enviado especial ao Rio
http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/03/24/ult89u8758.jhtm

A cantora Ana Carolina lança no dia 4 de abril o CD e DVD "Multishow ao vivo: Ana Carolina - Dois Quartos", registro da turnê de seu mais recente álbum de inéditas, "Dois Quartos" (2007). O material chega às lojas pelo selo Armazém, de propriedade da cantora, com distribuição da Sony BMG. São quinze faixas na versão CD e 25 no DVD.

Durante entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (24), no Rio de Janeiro, a cantora falou do projeto com entusiasmo. "É o meu melhor registro em vídeo. Participei da edição de imagens, pois precisávamos captar a emoção do show a partir da perspectiva do espectador", declarou.

A qualidade técnica do DVD remete ao padrão de excelência dos demais lançamentos ao vivo do canal por assinatura, de Caetano Veloso e Ivete Sangalo, porém Ana Carolina deixa evidente sua personalidade artística nas aproximadamente duas horas de espetáculo, muito em parte pela recepção calorosa que obtém de sua base de fãs. A artista comentou a conexão com a platéia nesta apresentação em especial. "O público é um show à parte. Sei que dizer isso é exagero, mas é como se fosse o último dia de nossas vidas. Por isso, é difícil escolher o que colocar na edição final, pois confesso que estou nas nuvens com esse DVD."

Questões libertárias
A cantora começa o DVD tocando contrabaixo elétrico em um pout-pourri de temas como "Cantinho", "Fever" e "Eu Sou Melhor Que Você". Ana Carolina, que atualmente usa o piano para compor, toca vários instrumentos durante o show.

O comportamento da cantora influencia muitas jovens por intermédio da postura libertária com que aborda sua bissexualidade. As letras das canções de seu repertório são carregadas de explícito teor erótico, o que provoca reação em polvorosa da predominante parcela feminina de suas apresentações. Ana Carolina instiga seu público com a malícia implícita em seus temas e performance.

A cantora comentou a reação eufórica de seu público. "É natural! Eu falo de mim e me divirto porque as pessoas podem assistir distanciadas aos shows ou até se incomodarem com o que ali é apresentado. E quando isso acontece é porque há algum problema mal-resolvido. Mas a resposta do público é sempre um sinal dessa liberdade", avalia.

Um de seus maiores sucessos, "Eu Comi a Madonna", reverbera essa relação de identificação da cantora com a audiência, conforme comentário da artista. "Às vezes, as meninas querem se libertar, mas não podem --e isso acontece por várias razões. Esse lance de comer a Madonna é uma forma de brincar com as pessoas, de obter uma resposta delas em relação a essas questões libertárias. Não sei a opinião da cantora sobre a música, acho que ela não vai achar nada. Não tenho expectativas quanto a isso, mas seria legal se ela resolvesse dar pra mim", brincou.

Mas nem tudo é safadeza no repertório de Ana Carolina. Seu trabalho abre espaço para delicadas canções românticas, como "Tolerância" e a nova versão para o sucesso "É isso aí" ("The Blower's Daughter"), do compositor britânico Damien Rice, entre outras. A cantora recentemente recebeu um e-mail da produção de Rice com elogios à versão em português, gravada com Seu Jorge.

Uma das músicas mais fortes do disco é "O Cristo de Madeira", na qual reflete sobre questões ligadas à religiosidade. "Às vezes componho norteada predominantemente por minha imaginação. Andei lendo coisas relacionadas à culpa cristã. Venho de Minas, um lugar onde as pessoas rezam e pecam muito ao ponto de falarem que só procuram por Deus quando o Diabo não quer mais nada com elas. E isso me inspira. Mas acho que ainda não escrevi minha canção definitiva sobre este tema, sobre delírio e realidade abordando esta questão", opinou.

Os extras do DVD remontam aos primórdios de sua trajetória artística, sob o viés da mudança de Minas Gerais para o Rio de Janeiro e no depoimento elogioso de Cássia Eller. A cantora falou da importância da iniciativa da amiga para sua entrada na indústria do disco. "Um dos momentos mais bacanas de minha trajetória foi quando Cássia Eller, Zezé Motta e Nelson Faria fizeram um DVD para me promover, pois meu nome artístico era muito frágil e isso dificultava ainda mais as coisas. Isso concedeu credibilidade ao meu trabalho e gente de multinacional apareceu nos meus shows no Rio de Janeiro", lembrou.

Ana Carolina aproveitou para tentar avaliar as razões de seu sucesso. "Não é fácil tentar, com um Brasilzão deste tamanho, fazer sucesso com uma música como 'Carvão' --mesmo porque é difícil tocar o povo. Mas minhas músicas sempre tocam em rádio. 'É Isso aí', 'Quem de Nós Dois' são canções simples. Fico muito feliz que uma canção sofisticada como 'Carvão' chegue às rádios e obtenha uma resposta positiva do público nos shows", arrematou.

(O jornalista Marcus Marçal viajou ao Rio a convite da gravadora Sony BMG)

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