O SOM DA MÚSICA: ENTREVISTÃO VIII: Sebastian Bach mistura rock pesado com punk e metal em seu novo álbum, "Angel Down"

Friday, October 24, 2008

ENTREVISTÃO VIII: Sebastian Bach mistura rock pesado com punk e metal em seu novo álbum, "Angel Down"

29/02/2008 - 22h52
MARCUS MARÇAL
http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/02/29/ult89u8617.jhtm

O cantor Sebastian Bach, ex-Skid Row, volta ao cenário musical com o novo álbum "Angel Down", lançado no final de 2007. Em 14 canções, o artista apresenta rock pesado e algumas baladas. É seu melhor trabalho desde "Slave to the Grind" (1991) e sua voz remete ao metal tradicional oitentista, com ecos de Rob Halford do antigo Judas Priest.

Um dos apelos do disco é a participação de seu amigo Axl Rose em três músicas: "(Love is) a Bitchslap", "Stuck Inside" e a releitura para "Back in the Saddle", do Aerosmith. Bach perguntou ao líder do Guns'n Roses quando apareceria para cantar em "Angel Down". Para sua surpresa, Rose aceitou o convite. Ouça trecho da entrevista ao UOL Música, em que o cantor da fala de Axl Rose e do intercâmbio criativo entre ambos, entre outros assuntos.

Os aproximadamente 55 minutos do CD indicam prosseguimento natural de sua música desde os tempos do Skid Row. Mistura rock pesado com leves pitadas de metal, punk e hardcore, em temas como "You Don't Understand", "American Metalhead", "Negative Light" e a faixa-título, entre outras. Apesar da boa aceitação junto à imprensa especializada, Bach não concorda com a afirmação de que o trabalho atualiza o rock pesado oitentista ou sequer a obra pregressa de seu antigo grupo. "Odeio essa afirmação, mas sei a razão. As pessoas associam a seus anos de adolescência o som da minha voz, de Axl Rose, Vince Neil, Bon Jovi e vários outros. E quando alguém ouve o álbum 'Angel Down', naturalmente lembrará de temas como '18 & Life' e 'I Remember You', mas este disco é completamente sobre o agora", declarou.

A despeito da dicotomia da imagem do bad boy sensível ter catalisado seu sucesso na virada da década de 90, Bach descarta a possibilidade de capitalizar em cima do estereótipo outrora associado a sua persona pública, conforme evidenciou. "Esta não é uma forma realista de se viver. Para mim, não significa nada se alguém me admira apenas pela forma como me comporto. Não quero servir de desculpa para as pessoas beberem ou se meterem em brigas. Sei que isso fez parte de meu passado e espero que meus fãs amadureçam comigo. Não desejo ser parte de estatísticas como meus roqueiros favoritos ou morrer para atender as expectativas de um clichê do rock'n roll. Pretendo continuar a cantar e fazer shows por uns bons 30 ou 40 anos. Esta é minha meta na vida", revela.

Hoje sua audiência nos shows difere bastante da multidão de adolescentes que eram presença maior no auge do sucesso com o Skid Row, até mesmo no Brasil, onde excursionou pela terceira vez em novembro de 2005. Mas seu trabalho sempre foi relacionado ao mau comportamento, muito em parte, à persona ameaçadora que encarna nos palcos. Bach explica como administrar esta dualidade, ressaltando a importância da sobriedade. "Você tem de deixar a persona no palco e não levá-la para dentro de casa. Tive problemas de carregá-la e isso realmente não funciona. Todos nós temos um lado insano e o álcool apenas piora as coisas. À medida que envelheço, preciso cuidar de minha saúde e ser um bom pai, integrante de família e marido, assim como também um cara bom para se trabalhar junto. Meu empresário e minha gravadora não querem lidar com um bêbado maluco, o que até posso ser sem problemas", brinca.

No entanto, seu trabalho artístico atualmente não se restringe ao rock e prova de seu amadurecimento é Sebastian Bach ser hoje mais conhecido por seus trabalhos fora da alçada musical. O cantor apareceu em reality shows da tevê norte-americana e exerceu sua porção de ator em produções da Broadway como "Jeckyl & Hyde", "Rocky Horror Picture Show" e "Jesus Christ Superstar", além dos seriados "I Love the 70's" e "Gilmore Girls", no qual interpretou um roqueiro quarentão que parece lhe ter sido feito sob medida. Além disso, Bach saiu do Skid Row em 1996, após a turnê de "Subhuman Race" (1995) e tempo considerável se passou desde seu lançamento solo anterior, "Bring'em Bach Alive" (1999), trabalho repleto de versões de seus antigos hits. Depois disso, ainda se envolveu com o projeto de metal progressivo Frameshift, no qual cantou e participou de duas composições de seu segundo álbum "Frameshift 2: An Absense of Empathy" (2005): "Human Grain: An Absence of Empathy" e "Outcat; Violence in Schools II-School Shooting".

O artista concorda que a pausa foi necessária para revigorar o fôlego a fim de conceber "Angel Down" e aproveita para avalizar seu novo trabalho. "Nunca estive tão orgulhoso de um disco desde 'Slave to the Grind', mas se passaram 17 anos e isso me assusta, pois ainda me sinto como uma criancinha. Acho que aquele papo de que o rock'n roll te mantém jovem é realmente verdade", especula.

E, em se tratando do rock como elixir da eterna juventude, Sebastian Bach fala de suas maiores influências: o grupo norte-americano Aerosmith, que teve a clássica "Back in the Saddle" regravada. O ex-Skid Row fala sobre a inclusão da música. "Não gostei da sugestão do produtor Roy Z, pois já tínhamos 13 canções finalizadas. Mas ele veio falando: 'cara, você é Sebastian Bach e está de volta! Pode chegar no palco e mandar: 'I'm baaaaaack ('estou de volta', fazendo jogo de palavras com seu sobrenome 'Bach' e a palavra 'back', do verso inicial da música) e seria muito legal'. E foi demais quando ouvi a pegada heavy metal de minha banda naquele riff", entusiasma-se.

Sebastian também revela que a banda de Steven Tyler e Joe Perry atualmente lhe serve como bom exemplo. "É uma das minhas bandas preferidas. Seus integrantes pararam de beber e farrear quando lançaram o álbum 'Permanent Vacation' (1986); e lembro de falar a mim mesmo que a única forma de sobreviver no rock'n roll é se recompor, se tornar um homem de verdade e cuidar de si", completa. E no que depender de sua criatividade, "Angel Down" é um belo recomeço para sua carreira, digno de quem freqüentava as paradas de sucessos há quase 20 anos.

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