CANHOTO DE INGRESSO XIX: Chuck Berry toca clássicos do rock'n roll em show para 2.000 pessoas em SP
19/06/2008 - 01h18
MARCUS MARÇAL
http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/06/19/ult89u9229.jhtm
O cantor e compositor norte-americano Chuck Berry remontou às origens do rock'n roll em apresentação para 2.000 pessoas em São Paulo, segundo informação da assessoria do evento realizado nessa quarta-feira (18) no HSBC Brasil. O roteiro do espetáculo evidenciou que o gênero encontra sua mais perfeita tradução nos vários temas que o artista eternizou desde os anos 50.
Acompanhado de um quarteto formado por seu filho Charles Berry Jr (guitarra), Jimmy Bassala (baixo), Bob Lohr (piano) e o brasileiro Marquinho Alcântara (bateria), o cantor começou o show com "Memphis, Tennessee" pontualmente às 21h30 --o que fez com que muitos perdessem os primeiros números da apresentação.
Apesar de o rock'n roll ser eternamente associado ao vigor adolescente, espécie de elixir da eterna juventude em formato musical, Berry é prova viva de que o gênero contempla a própria velhice. E embora o passar das décadas se evidencie em sua atual performance, o cantor sabe muito bem utilizar a experiência acumulada no showbiz, de modo que não aparenta ser apenas espécime do passado remoto da memorabilia pop. Mesmo assim, a platéia paulista demonstrou plena noção de suas limitações físicas, naturais para o octogenário que é.
No curto fragmento de tempo em que Berry se apresentou na capital paulista, temas ancestrais como "School Day", "Carol", "Sweet Little Sixteen", "You Never Can Tell", "Nadine", "Rock'n Roll Music" e "My Ding-A-Ling" soaram atemporais e evidenciaram as sutis fronteiras entre o rock'n roll elementar e manifestações musicais anteriores, como boogie woogie e blues, fundamentais para sua formação.
O som sujo e distorcido que tira de sua guitarra também ressalta que a destreza rudimentar com que maneja o instrumento é item fundamental da historiografia do rock, gênero que não se eterniza pela excelência técnica --mas sim por uma conjunção de fatores como adrenalina, postura imponente e vigor juvenil indiferente à cronologia, entre outros. Tudo isso faz parte do cardápio com o qual Berry ainda se notabiliza hoje em dia em suas turnês mundo afora.
Embora sua atual excursão pelo Brasil acrescente pouca coisa ao que já se testemunhara de suas performances em passagens anteriores pelo país, uma apresentação de um criador de um idioma sonoro tão poderoso quanto o rock'n roll é experiência indispensável para todo apreciador de música, pois propicia manancial para o entendimento da própria longevidade do gênero e sua renovação, enquanto manifestação de utópica ilusão de eternidade.
Prova disso é que, embora demonstrasse dificuldade em reproduzir, no primeiro momento, o clássico riff inicial de "Johnny B. Goode" em sua guitarra semi-acústica, Chuck Berry apresentou fôlego de garoto durante todo o espetáculo, como se o rock'n roll fosse uma espécie de "Viagra musical". Durante a saia justa, o experiente cantor não se fez de rogado: tomou a guitarra modelo strato das mãos de seu filho e tocou uma versão robusta do tema, contando com a animação da platéia, que o acompanhou com entusiasmo no refrão da canção
Depois, com sua guitarra semi-acústica novamente em suas mãos, o cantor fechou o show com uma versão extensa de "Reelin' and Rockin'". Pediu gentilmente que algumas damas subissem ao palco, sendo prontamente atendido por onze mulheres de idades variadas. Durante a música, anunciou à platéia que o show estava acabando, na primeira demonstração de cansaço durante todo o show, quando se sentou rapidamente na bancada onde a bateria foi colocada. O ritual repetiu-se ainda mais uma vez, com a subida de outras garotas ao palco, e Chuck Berry, lenda vida do rock, deixou palco pouco depois de 22h30.
Em seguida, seu filho Charles Berry Jr. apresentou sua banda de apoio e agradeceu pelo acolhimento da platéia paulista.
O cantor, compositor e guitarrista norte-americano encerra sua quarta excursão brasileira com shows em Curitiba (20) e Porto Alegre (21).
MARCUS MARÇAL
http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/06/19/ult89u9229.jhtm
O cantor e compositor norte-americano Chuck Berry remontou às origens do rock'n roll em apresentação para 2.000 pessoas em São Paulo, segundo informação da assessoria do evento realizado nessa quarta-feira (18) no HSBC Brasil. O roteiro do espetáculo evidenciou que o gênero encontra sua mais perfeita tradução nos vários temas que o artista eternizou desde os anos 50.
Acompanhado de um quarteto formado por seu filho Charles Berry Jr (guitarra), Jimmy Bassala (baixo), Bob Lohr (piano) e o brasileiro Marquinho Alcântara (bateria), o cantor começou o show com "Memphis, Tennessee" pontualmente às 21h30 --o que fez com que muitos perdessem os primeiros números da apresentação.
Apesar de o rock'n roll ser eternamente associado ao vigor adolescente, espécie de elixir da eterna juventude em formato musical, Berry é prova viva de que o gênero contempla a própria velhice. E embora o passar das décadas se evidencie em sua atual performance, o cantor sabe muito bem utilizar a experiência acumulada no showbiz, de modo que não aparenta ser apenas espécime do passado remoto da memorabilia pop. Mesmo assim, a platéia paulista demonstrou plena noção de suas limitações físicas, naturais para o octogenário que é.
No curto fragmento de tempo em que Berry se apresentou na capital paulista, temas ancestrais como "School Day", "Carol", "Sweet Little Sixteen", "You Never Can Tell", "Nadine", "Rock'n Roll Music" e "My Ding-A-Ling" soaram atemporais e evidenciaram as sutis fronteiras entre o rock'n roll elementar e manifestações musicais anteriores, como boogie woogie e blues, fundamentais para sua formação.
O som sujo e distorcido que tira de sua guitarra também ressalta que a destreza rudimentar com que maneja o instrumento é item fundamental da historiografia do rock, gênero que não se eterniza pela excelência técnica --mas sim por uma conjunção de fatores como adrenalina, postura imponente e vigor juvenil indiferente à cronologia, entre outros. Tudo isso faz parte do cardápio com o qual Berry ainda se notabiliza hoje em dia em suas turnês mundo afora.
Embora sua atual excursão pelo Brasil acrescente pouca coisa ao que já se testemunhara de suas performances em passagens anteriores pelo país, uma apresentação de um criador de um idioma sonoro tão poderoso quanto o rock'n roll é experiência indispensável para todo apreciador de música, pois propicia manancial para o entendimento da própria longevidade do gênero e sua renovação, enquanto manifestação de utópica ilusão de eternidade.
Prova disso é que, embora demonstrasse dificuldade em reproduzir, no primeiro momento, o clássico riff inicial de "Johnny B. Goode" em sua guitarra semi-acústica, Chuck Berry apresentou fôlego de garoto durante todo o espetáculo, como se o rock'n roll fosse uma espécie de "Viagra musical". Durante a saia justa, o experiente cantor não se fez de rogado: tomou a guitarra modelo strato das mãos de seu filho e tocou uma versão robusta do tema, contando com a animação da platéia, que o acompanhou com entusiasmo no refrão da canção
Depois, com sua guitarra semi-acústica novamente em suas mãos, o cantor fechou o show com uma versão extensa de "Reelin' and Rockin'". Pediu gentilmente que algumas damas subissem ao palco, sendo prontamente atendido por onze mulheres de idades variadas. Durante a música, anunciou à platéia que o show estava acabando, na primeira demonstração de cansaço durante todo o show, quando se sentou rapidamente na bancada onde a bateria foi colocada. O ritual repetiu-se ainda mais uma vez, com a subida de outras garotas ao palco, e Chuck Berry, lenda vida do rock, deixou palco pouco depois de 22h30.
Em seguida, seu filho Charles Berry Jr. apresentou sua banda de apoio e agradeceu pelo acolhimento da platéia paulista.
O cantor, compositor e guitarrista norte-americano encerra sua quarta excursão brasileira com shows em Curitiba (20) e Porto Alegre (21).
Contatos pelo email marcus.marcal@uol.com.br
0 Comments:
Post a Comment
Subscribe to Post Comments [Atom]
<< Home