CANHOTO DE INGRESSO XII: Joss Stone rejuvenesce a linguagem do r&b em show lotado para 6.000 pessoas em SP
17/06/2008 - 06h44
MARCUS MARÇAL
http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/06/17/ult89u9212.jhtm
A cantora britânica Joss Stone fez show lotado para aproximadamente 6.000 pessoas em São Paulo, segundo a organização do evento realizado nessa segunda-feira (16) no Via Funchal. A apresentação foi a terceira etapa de sua primeira turnê brasileira, que antes passou pela capital paulista no último sábado (14) e Rio de Janeiro no domingo (15).
Acompanhado por um trio, o cantor e violonista Jair Oliveira fez o show de abertura e, no roteiro de aproximadamente 45 minutos, apresentou material autoral, marcado pelo balanço pop de seu samba-rock. Filho do cantor Jair Rodrigues, o músico deixa bem claro que é herdeiro legítimo do samba-funk e da pilantragem --estilo musical swingado tipicamente brasileiro, que se popularizou no final dos anos 60-- e de outras levadas mestiças de MPB. Oliveira também contou com participação de sua irmã Luciana Mello e fez releituras para "Deixa Isso pra Lá" (Alberto Paz e Edson Menezes), "São Gonça" (Seu Jorge) e "Olhos Coloridos" (Macau), hino da negritude pop brasileira, entre outros temas.
Acompanhada de uma banda de dez componentes, Joss Stone entrou no palco às 22h50 com um vestido prateado e apresentou roteiro baseado em seu mais recente álbum de inéditas, "Introducing Joss Stone" (2007), o que se evidenciou logo nas três primeiras músicas do show: "Girl They Won't Believe It", "Headturner" e "Tell Me What We're Gonna Do Now".
A cantora cumprimentou a platéia paulista e depois apresentou "Super Duper Love (Are You Diggin on Me?)", um de seus maiores sucessos, com grande participação do público. A partir daí, o repertório alternou material mais antigo com canções recentes, como "Jet Lag", "Arms of My Baby", "The Chokin' Kind", "Music", "Fell in Love With a Boy" (hit do duo White Stripes relido com identidade) e "Put Your Hands on Me".
Embora seja uma jovem de apenas 21 anos de idade, sem a bagagem de cantoras veteranas do soul e do r&b como Aretha Franklin ou Diana Ross, por exemplo, a cantora britânica se sai muito bem na missão de revigorar a linguagem da black music, junto a contemporâneas como a norte-americana Norah Jones e a inglesa Amy Winehouse. Pois, ao contrário de boa parte das grandes estrelas do r&b mainstream, como Mariah Carey e Whitney Houston, Joss sabe dosar dramaticidade sem sucumbir à caricatura ou tampouco apelação.
Assim Stone mostra potencial para uma trajetória promissora, pautada pela interseção entre a tradição da black music e a linguagem pop, pois transita devidamente entre ambiências musicais distintas: seja o embalo gostoso de uma canção dançante ou mesmo baladas emocionadas de um repertório bem equilibrado, como atestam temas como "Baby Baby Baby" e a trinca de canções de "Mind, Body & Soul" (2004): "Don't Cha Wanna Ride", "Less is More", "You Had Me", essa última outro momento com notável participação da platéia e boa demonstração de entrosamento entre seus músicos, que chegaram a improvisar curtos trechos da clássica "Superstition", de Stevie Wonder.
Joss Stone e sua banda saíram do palco pouco depois de meia-noite e, após uma rápida pausa, apresentaram "Tell Me 'Bout It", seguida de "Right to Be Wrong", um dos números mais esperados pela platéia paulista. Na seqüência, longos improvisos sobre a harmonia de "No Woman, No Cry" (Bob Marley) fecharam o roteiro de aproximadamente uma hora e quarenta minutos de espetáculo pouco depois de 0h30.
A cantora se despediu da platéia paulista e distribuiu flores ao público mais próximo ao palco, esbanjando simpatia. Sua primeira turnê pelo Brasil ainda tem escalas em Curitiba (18) e Porto Alegre (19).
MARCUS MARÇAL
http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/06/17/ult89u9212.jhtm
A cantora britânica Joss Stone fez show lotado para aproximadamente 6.000 pessoas em São Paulo, segundo a organização do evento realizado nessa segunda-feira (16) no Via Funchal. A apresentação foi a terceira etapa de sua primeira turnê brasileira, que antes passou pela capital paulista no último sábado (14) e Rio de Janeiro no domingo (15).
Acompanhado por um trio, o cantor e violonista Jair Oliveira fez o show de abertura e, no roteiro de aproximadamente 45 minutos, apresentou material autoral, marcado pelo balanço pop de seu samba-rock. Filho do cantor Jair Rodrigues, o músico deixa bem claro que é herdeiro legítimo do samba-funk e da pilantragem --estilo musical swingado tipicamente brasileiro, que se popularizou no final dos anos 60-- e de outras levadas mestiças de MPB. Oliveira também contou com participação de sua irmã Luciana Mello e fez releituras para "Deixa Isso pra Lá" (Alberto Paz e Edson Menezes), "São Gonça" (Seu Jorge) e "Olhos Coloridos" (Macau), hino da negritude pop brasileira, entre outros temas.
Acompanhada de uma banda de dez componentes, Joss Stone entrou no palco às 22h50 com um vestido prateado e apresentou roteiro baseado em seu mais recente álbum de inéditas, "Introducing Joss Stone" (2007), o que se evidenciou logo nas três primeiras músicas do show: "Girl They Won't Believe It", "Headturner" e "Tell Me What We're Gonna Do Now".
A cantora cumprimentou a platéia paulista e depois apresentou "Super Duper Love (Are You Diggin on Me?)", um de seus maiores sucessos, com grande participação do público. A partir daí, o repertório alternou material mais antigo com canções recentes, como "Jet Lag", "Arms of My Baby", "The Chokin' Kind", "Music", "Fell in Love With a Boy" (hit do duo White Stripes relido com identidade) e "Put Your Hands on Me".
Embora seja uma jovem de apenas 21 anos de idade, sem a bagagem de cantoras veteranas do soul e do r&b como Aretha Franklin ou Diana Ross, por exemplo, a cantora britânica se sai muito bem na missão de revigorar a linguagem da black music, junto a contemporâneas como a norte-americana Norah Jones e a inglesa Amy Winehouse. Pois, ao contrário de boa parte das grandes estrelas do r&b mainstream, como Mariah Carey e Whitney Houston, Joss sabe dosar dramaticidade sem sucumbir à caricatura ou tampouco apelação.
Assim Stone mostra potencial para uma trajetória promissora, pautada pela interseção entre a tradição da black music e a linguagem pop, pois transita devidamente entre ambiências musicais distintas: seja o embalo gostoso de uma canção dançante ou mesmo baladas emocionadas de um repertório bem equilibrado, como atestam temas como "Baby Baby Baby" e a trinca de canções de "Mind, Body & Soul" (2004): "Don't Cha Wanna Ride", "Less is More", "You Had Me", essa última outro momento com notável participação da platéia e boa demonstração de entrosamento entre seus músicos, que chegaram a improvisar curtos trechos da clássica "Superstition", de Stevie Wonder.
Joss Stone e sua banda saíram do palco pouco depois de meia-noite e, após uma rápida pausa, apresentaram "Tell Me 'Bout It", seguida de "Right to Be Wrong", um dos números mais esperados pela platéia paulista. Na seqüência, longos improvisos sobre a harmonia de "No Woman, No Cry" (Bob Marley) fecharam o roteiro de aproximadamente uma hora e quarenta minutos de espetáculo pouco depois de 0h30.
A cantora se despediu da platéia paulista e distribuiu flores ao público mais próximo ao palco, esbanjando simpatia. Sua primeira turnê pelo Brasil ainda tem escalas em Curitiba (18) e Porto Alegre (19).
Contatos pelo email marcus.marcal@uol.com.br
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