CANÇOES PARA APRENDER E CANTAR II
Thomas Pappon foi uma figura importante para o rock brasileiro, principalmente na época do boom do gênero em meados dos 80. Não bastasse ter sido um dos expoentes da cena paulista do início daquela década e integrante de bandas influentes como Voluntários da Pátria, Smack e a cultuada Fellini, o também jornalista Thomas Pappon ajudou a promover bandas nacionais ou estrangeiras à parte do mainstream, inicialmente impregnado de pop-rock além da medida. Também atacou como produtor de discos, entre eles o subestimado Trashland das Mercenárias. Morando atualmente na Inglaterra, ele esteve recentemente no Brasil a trabalho pela BBC, compilando material para um documentário, mas também usou a visita ao Brasil para promover o lançamento do CD de estréia de seu novo projeto, The Gilbertos.
01. “Black & White”, The DB's:
“Amo os dois primeiros álbuns dos DB's, uma banda americana - se não me engano, de Nova Jersey. Se existe uma 'linha evolutiva' que começa com os Beatles, passa pelos Byrds e segue nos anos 70 passando pelo Big Star, essa linhagem desemboca neles. E Will Rigby é, ao lado do terry Chambers, do XTC, a prova de que os bateristas mais criativos do rock vieram mesmo da new wave”.
02. “Ether”, Gang of Four:
“Os caras do Gang of Four foram os Beatles da Libelu – apelido da 'Liberdade e Luta', uma folclórica empreitada estudantil. Tudo neles estava certo: a música tensa e funky, as letras Marx Ubber Alles e a atitude foda-se”.
“Não consigo entender porque essa banda é tão desprezada na Inglaterra. Talvez pelo machismo nas letras, a mesma razão pela qual detestam os Stranglers. Killing Joke era mais pauleira queo Metallica e muito mais desolado que o Cure. Tão importante quanto o Joy Division”.
“Sem os Stranglers e sem essa música, não haveria o Fellini”.
05. “Dead Souls”, Joy Division:
“Levei um tempo para 'entender' o som deles. É impossível ser romântico e não gostar disso aqui”.
06. “Driver”, Pylon:
“Eles são de Athens, a mesma cidade do R.E.M., mas o apelo aqui é puro NY. Rock independente, minimalista e cristalino”.
07. “Set Up”, Au Pairs:
“Putz, como gostava de dançar ao som dos Au Pairs”.
08. “Sgt. Rock”, XTC:
“Os arranjos mais sofisticados da new wave. Composições brilhantes! E os caras eram supercaretas”.
09. “Mexican Bandits”, Felt:
“Meu sonho era ter sido o compositor dessa música e poder abrir um show com ela. E a faixa é instrumental”.
10. “Jenseits der Tuer”, Fehlfarben:
“Os Fehlfarben eram as 'cores que falham' da letra de 'Rock Europeu', do Fellini. Alemães, sérios, tristes e fodões”.
11. “I Feel Voxish”, The Fall:
“Descobri o The Fall bem tarde, em 1982. Mas o efeito foi devastador! Sem isto aqui, também não teria havido o Fellini”.
12. “Rescue”, Echo & the Bunnymen:
“Glamour, meu bem, não dá em qualquer lugar. Ian McCulloch e Will Sergeant sabiam disso e fizeram um show
13. “Into my Hands”, The Church:
“Conheci os australianos do The Church antes de conhecer a músicas dos Byrds. A conexão Church/Byrds me mostrou como um violão de 12 cordas pode ser muito mais poderoso que uma guitarra”.
“Sem comentários! Deuses trabalhando”.
Texto de Marcus Marçal publicado em 1999. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via email.
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