O SOM DA MÚSICA: CANÇOES PARA APRENDER E CANTAR II

Monday, December 17, 2007

CANÇOES PARA APRENDER E CANTAR II

Thomas Pappon foi uma figura importante para o rock brasileiro, principalmente na época do boom do gênero em meados dos 80. Não bastasse ter sido um dos expoentes da cena paulista do início daquela década e integrante de bandas influentes como Voluntários da Pátria, Smack e a cultuada Fellini, o também jornalista Thomas Pappon ajudou a promover bandas nacionais ou estrangeiras à parte do mainstream, inicialmente impregnado de pop-rock além da medida. Também atacou como produtor de discos, entre eles o subestimado Trashland das Mercenárias. Morando atualmente na Inglaterra, ele esteve recentemente no Brasil a trabalho pela BBC, compilando material para um documentário, mas também usou a visita ao Brasil para promover o lançamento do CD de estréia de seu novo projeto, The Gilbertos.

Aproveitando essa passagem por aqui, junto ao comparsa Cadão Volpato, Pappon remontou o Fellini para uma apresentação memorável no festival Rec-Beat Carnaval, realizado em Recife. Pouco antes, Thomas falou a este repórter sobre suas músicas preferidas em todos os tempos, ressaltando a impossibilidade de compilar em uma lista todas as suas canções prediletas. Preferiu escolher músicas que marcaram o pessoal da então incipiente cena paulista do início dos 80, conforme declarou: “Seria impossível fazer apenas uma lista com as coisas que eu mais gosto! Só mesmo várias listas, cada uma com um tema. Nesse caso, optei pelas músicas que fizeram a minha cabeça mo início dos anos 80, quando toda a rapaziada em São Paulo freqüentava os mesmos lugares e se ligava nas mesmas coisas. É a fase 'new wave', que marcou a minha geração”. Confira!

01. “Black & White”, The DB's:
“Amo os dois primeiros álbuns dos DB's, uma banda americana - se não me engano, de Nova Jersey. Se existe uma 'linha evolutiva' que começa com os Beatles, passa pelos Byrds e segue nos anos 70 passando pelo Big Star, essa linhagem desemboca neles. E Will Rigby é, ao lado do terry Chambers, do XTC, a prova de que os bateristas mais criativos do rock vieram mesmo da new wave”.

02. “Ether”, Gang of Four:
“Os caras do Gang of Four foram os Beatles da Libelu – apelido da 'Liberdade e Luta', uma folclórica empreitada estudantil. Tudo neles estava certo: a música tensa e funky, as letras Marx Ubber Alles e a atitude foda-se”.

03. “Fall of Because”, Killing Joke:
“Não consigo entender porque essa banda é tão desprezada na Inglaterra. Talvez pelo machismo nas letras, a mesma razão pela qual detestam os Stranglers. Killing Joke era mais pauleira queo Metallica e muito mais desolado que o Cure.
Tão importante quanto o Joy Division”.

04. “Toiler on the Sea”, The Stranglers:
“Sem os Stranglers e sem essa música, não haveria o Fellini”.

05. “Dead Souls”, Joy Division:
“Levei um tempo para 'entender' o som deles. É impossível ser romântico e não gostar disso aqui”.

06. “Driver”, Pylon:
“Eles são de Athens, a mesma cidade do R.E.M., mas o apelo aqui é puro NY. Rock independente, minimalista e cristalino”.

07. “Set Up”, Au Pairs:
“Putz, como gostava de dançar ao som dos Au Pairs”.

08. “Sgt. Rock”, XTC:
“Os arranjos mais sofisticados da new wave. Composições brilhantes! E os caras eram supercaretas”.

09. “Mexican Bandits”, Felt:
“Meu sonho era ter sido o compositor dessa música e poder abrir um show com ela. E a faixa é instrumental”.

10. “Jenseits der Tuer”, Fehlfarben:
“Os Fehlfarben eram as 'cores que falham' da letra de 'Rock Europeu', do Fellini. Alemães, sérios, tristes e fodões”.

11. “I Feel Voxish”, The Fall:
“Descobri o The Fall bem tarde, em 1982. Mas o efeito foi devastador! Sem isto aqui, também não teria havido o Fellini”.

12. “Rescue”, Echo & the Bunnymen:
“Glamour, meu bem, não dá em qualquer lugar. Ian McCulloch e Will Sergeant sabiam disso e fizeram um show em São Paulo, no início dos anos 80, que nunca será esquecido”.

13. “Into my Hands”, The Church:
“Conheci os australianos do The Church antes de conhecer a músicas dos Byrds. A conexão Church/Byrds me mostrou como um violão de 12 cordas pode ser muito mais poderoso que uma guitarra”.

14. “Ecstasy”, New Order:
“Sem comentários! Deuses trabalhando”.

Texto de Marcus Marçal publicado em 1999. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via email.

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