O SOM DA MÚSICA: CANÇÕES PARA APRENDER E CANTAR III

Monday, December 17, 2007

CANÇÕES PARA APRENDER E CANTAR III

Após a concorrida “ressurreição” da Plebe Rude na edição 1998 do Festival Porão do Rock, em Brasília, Philippe Seabra passou uma temporada no Brasil tentando viabilizar os relançamentos individuais dos álbuns da banda gravados pela EMI, além de uma excursão para a gravação de um disco ao vivo. Apesar da euforia, o plebeu permanece cético quanto a uma volta definitiva. “Nós até pretendemos colocar no disco uma música inédita a ser composta pelos quatro integrantes do grupo, mas nada está definido até o momento. Trabalhar com banda é f*da. Eu passei metade da minha vida em uma e não quero passar por isso novamente”, assim revela suas intenções quanto ao antigo grupo, ao qual dedicará boa parte de seu tempo pelo menos até meados do próximo ano.

Atualmente a prioridade de Seabra é seu projeto solo Daybreak Gentlemen: “Eu havia largado tudo, parado com o mundo da música, porque queria fazer outras coisas. Aí viajei pela Europa, aprendi línguas e, há aproximadamente dois anos, me toquei que era só isso o que sabia fazer. Fui morar sozinho em Nova Iorque e na primeira noite compus a canção 'Daybreak Gentlemen' (N.R.: Quase dez anos depois esta música seria vertida para o português e se tornaria a faixa-título do mais recente álbum de estúdio da Plebe Rude, chamado Erre ao Contrário). Foi um momento simbólico”. De lá pra cá, Philippe gravou demos de 25 canções inéditas para um futuro CD da banda, projeto que espera concretizar no ano que vem.

Em primeira mão, este escriba teve acesso ao material, que incorpora o melhor do rock inglês safra 80, atualizado com referências atuais. Nesse novo trabalho, três canções da Plebe foram revisitadas com versões em inglês, idioma com o qual o norte-americano Philippe Seabra foi alfabetizado. São releituras para “A Ida”, “O Traço que Separa”e “Um Outro Lugar”, respectivamente rebatizadas com novos nomes como “The Wake”, “The Trace”e “Have You”. Inclusive “The Wake” já está disponível em formato mp3 no website do plebeu, www.daybreakgentlemen.com, em razão de ela ter sido registrada no Brasil nos tempos da Plebe Rude e de os direitos autorais estarem assegurados. O site também possui em seu catálogo alguns vídeos da trajetória do músico.

Apesar de radicado nos EUA, o som do Daybreak tem um sotaque nitidamente britânico, mais notadamente em petardos como “Couraça” e “Brazil”, esta última com letra de forte temática sócio-política. Outro destaque é a canção “That Far”, com um baixão pulsante e samplers de Killing Joke, banda favorita de Philippe. O plebeu ainda pretende encerrar o futuro disco da banda com um épico de dez minutos, ainda sem nome. Confira abaixo as preferências musicais do líder da Plebe Rude:

01. “Band on the Run”, Paul McCartney & Wings:
“Eu vi um vídeo dessa música na tevê quando tinha oito anos e ficava pulando em cima da cama com uma raquete nas mãos, simulando uma guitarra (rindo)”.

02. “Pinball Wizard”, The Who:
“Me refiro à versão do álbum Tommy. O mesmo acontecia com essa música, que foi o primeiro rockão que eu realmente ouvi”.

03. “No More, No More”, Aerosmith:
“Essa faixa é do Toys in the Attic. Aerosmith é uma das minhas bandas prediletas em todos os tempos”.

04. “78 Revolutions Per Minute”, Stiff Little Fingers:
“Em 1978, o André enviou um cassete para o meu irmão mais velho e essa música estava no meio da fita. Eu tinha uns 12 ou 13 anos e o momento em que ouvi essa música mudou a minha vida. Tanto é verdade que até hoje sou assim, fanático por música”.

05. “Clampdown”, The Clash:
“Essa música fez muito a minha cabeça. É uma unanimidade entre os plebeus”.

06. “Requiem”, Killing Joke:
“Killing Joke é a minha banda predileta em todos os tempos”.

07. “Jason and the Argonauts”, XTC:
“O XTC é tudo o que os Beatles não foram. Recentemente até fui a uma tarde de autógrafos deles, uma coisa que nunca havia feito antes”.


08. “Give Blood”, Pete Townshend:
“Ela é do ábum White City.
Pete é deus, seja como compositor, cantor ou personalidade. Para mim, é o melhor guitarrista em todos os tempos”.

09. “Hold Back the Rain”, Duran Duran:
“Ela é o álbum Rio, que está entre os meus top-ten. O começo de carreira do Duran Duran é maravilhoso”.

10. “We Live as We Dream: Alone”, Gang of Four:
“É o máximo! Talvez uma das bandas mais contundentes em termos de abordagem temática. O Gang of Four me influenciou muito”.

11. “Quimeras”, Zero:
“Por incrível que pareça, é o meu grupo brasileiro predileto. Seria bacana se existissem mais figuras como o Guillaume Isnard. Acho a maioria das bandas brasileiras uma merda, mas o Zero era legal”.

12. “Alagados”, Os Paralamas do Sucesso:
“Se eu não falar bem dos Paralamas desta vez, o Herbert vai me bater”.

13. “Airwaves”, Thomas Dolby:
“Sem comentários. Basta ouvir a música”.

14. “Bad Bad Brains”, Ramones:
“A única coisa boa que saiu dos EUA, depois do amendoim com chocolate.

15. “No Surprises”, Radiohead:
“Gosto mais de coisas dos anos 80, mas o Radiohead foi umas das bandas novas que mais me impressionou, ao ponto de eu querer ter composto essa música”.

16. “Códigos”, Plebe Rude:
“É uma das músicas da Plebe Rude que eu mais gosto”.

17. “Daybreak Gentlemen”, Daybreak Gentlemen:
“Foi a primeira música que eu fiz em inglês”.

Texto de Marcus Marçal publicado em 1999. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via email.

CLIQUE AQUI PARA VOLTAR AO ÍNDICE DE SEÇÕES

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home



 

 



Sou Marcus Marçal, jornalista de profissão e músico de coração.

Veja bem, se esta é sua primeira visita, afirmo de antemão que, para usufruir dos textos deste blog, é necessário um mínimo de inteligência. Este blog contém reflexões sobre música, material ficcional, devaneios biográficos, desvarios em prosa, egotrips sonoras e até mesmo material de cunho jornalístico.

E, se você não é muito acostumado à leitura, provavelmente pode ter um pouco de dificuldades com a forma caótica com que as informações são despejadas neste espaço.

Gostaria de deixar claro que os referenciais sobre texto e música aqui dispostos são vastos e muitas das vezes antagônicos entre si. Por essa razão, narrativa-linear não é sobrenome deste espaço, entende?

Tendo isto em mente, fica mais fácil dialogarmos sobre nossos interesses em comum dispostos aqui, pois o entendimento de parte dos textos contidos neste blog não deve ser feito ao pé da letra. E se você por acaso tiver conhecimento ou mesmo noção das funções da linguagem então poderá usufruir mais adequadamente do material contido neste site, munido de ferramentas de responsabilidade de ordem exclusiva ao leitor.

Quero dizer que, apesar da minha formação como jornalista, apenas uma parcela pequena dos textos aqui expostos foi e é concebida com este intuito, o que me permite escrever sem maiores preocupações com formatos ou convenções. Geralmente escrevo o que me dá na telha e só depois eventualmente faço alguma revisão mais atenta, daí a razão de por essas e outras eu deixar como subtítulo para este O SOM DA MÚSICA o bordão VERBORRAGIA DE CÓDIGO-FONTE ABERTO COM VALIDADE RESTRITA, e também porque me reservo ao direito de minhas opiniões se transformarem com o passar do tempo.

Portanto, faço um pedido encarecidamente às pessoas dotadas de pensamento obtuso, aos fanáticos de todos os tipos, aos analfabetos funcionais e às aberrações do tipo: por gentileza, não percam seu tempo com minha leitura a fim de lhes poupar atenção dispensada indevidamente.

Aos leitores tradicionais e visitantes ocasionais com flexibilidade de raciocínio, peço minhas sinceras desculpas. Faço esse blá-blá-blá todo apenas para afastar qualquer pessoa com pouca inteligência. Mesmo porque tem tanta gente por aí que domina as normas da língua portuguesa, mas são praticamente analfabetos funcionais...


As seções do blog você encontra ao lado, sempre no post ÍNDICE DE SEÇÕES, e a partir dele fica fácil navegar por este site pessoal intitulado O SOM DA MÚSICA.

Sinta-se livre para expressar quaisquer opiniões a respeito dos textos contidos no blog, uma vez que de nada vale a pena esbravejar opiniões no cyber espaço sem o aval da resposta do interlocutor.

Espero que este seja um território livre para a discussão e expressão de opiniões, ainda que contrárias as minhas, acerca de nossa paixão pela música. Afinal, de nada valeria escutarmos discos, fazermos músicas, lermos textos, irmos a shows e vivermos nossas vidas sem que pudéssemos compartilhar nossas opiniões a respeito disso tudo.

Espero que você seja o tipo de leitor que aprecie a abordagem sobre música contida neste blog.


De qualquer forma, sejam todos bem-vindos! Sintam-se como se estivessem em casa.

Caso queira entrar em contato, meu email é marcus.marcal@yahoo.com.br.
Grande abraço!
Powered by Blogger