O SOM DA MÚSICA: JORNALISMO PSICÓTICO IV

Monday, May 28, 2007

JORNALISMO PSICÓTICO IV

PumpKings

The Smashing Pumpkins ao vivo no Le Grand Rex
Paris, França - 22/05/2007
OUÇA AQUI!

O que muita gente dava como incerto se concretizou! Conforme indicavam as pistas “escondidas” na arte gráfica de seus discos, os Smashing Pumpkins, principal nome do rock mainstream imediatamente após a ressaca grunge, retornaram à ativa em 2007 conforme “previsto”, depois de um hiato de seis anos e exatamente de acordo com os prognósticos dos mais fiéis apreciadores da obra do grupo.

Nesse meio-tempo, Billy Corgan não ficou quieto, como o artista que descansa carregando pedras que realmente é. Logo após ao fim do grupo, saiu em turnê acompanhou seus ídolos do New Order, e depois se juntou a Jimmy Chamberlin, baterista da banda e seu mais fiel parceiro musical, em uma nova empreitada que tinha tudo para dar certo e ser artisticamente maior que os próprios Pumpkins: o Zwan. Mas o balão mágico que alçaria vôos de uma longa, pródiga e promissora carreira acabou inflado demais pelo próprio ego do elenco “All Star” que acompanhava os ex-Pumpkins. E a alegria a caracterizar a música radiante e ensolarada de Corgan no período acabou eclipsada pela nuvem negra da vaidade e da ciumeira generalizada dos demais integrantes nos bastidores da banda, o que levou a um encerramento prematuro em meio à expectativas quanto à versão desplugada do próprio Zwan, chamada Djali Zwan. Na época, um indício de que o clima não era dos melhores chegou até a transparecer nas últimas faixas legadas pelo Zwan, antes mesmo do anúncio oficial do encerramento das atividades: o rock pop ensolarado que permeia as faixas de Mary Star of the Sea (de 2003), o único registro da superbanda em álbum, dera lugar um som amargo e mais sombrio do que se acostumou a atribuir a esta formação nas faixas que compuseram o último single da banda, justamente o que trazia a colorida Lyric como principal atrativo. Uma pena!

E para lavar a alma e exorcisar a frustração quanto ao novo projeto abortado, Corgan inicialmente partiu para uma carreira de escritor bissexto e lançou um livro de poesias, Blinking with Fists (leia-se Piscando com Punhos, de 2004), em moldes semelhantes à empreitada de Dylan com Tarantula ainda nos 60. Em seguida, anunciou o possível lançamento de um repertório inédito em formato desplugado e gravou uma festejada aparição em DVD, as famosas Church Sessions (de 2004), material que caberia facilmente em um disco duplo, além de fazer palestras para jovens adolescentes em escolas secundaristas, a fim de intercambiarem experiências sobre os problemas típicos da idade.

Não é de hoje, o líder dos Pumpkins é um artista sempre articulado acima da média em relação à internet. Prova disso é que sempre existiram diversos domínios na web com FARTO material gratuito de outtakes, gravações raras e típicos mimos para fãs de seus projetos. Com o hype em cima do portal MySpace.com, também capitalizou a oportunidade para publicar parte de suas memórias, com promessas não-concretizadas de uma “autobiografia” à moda blogger quase virar livro de verdade, em papel, e também para chamar atenção do público para seu então vindouro primeiro trabalho solo, The Future Embrace (de 2005). Ao mesmo tempo, preparava terreno para a reaparição dos Pumpkins ao apresentar publicamente sua versão acridoce sobre os acontecimentos relacionados à banda, nunca antes aprofundados na imprensa, assim como também remontava aos primórdios de suas motivações para fazer música em um tempo em que o Pop Star arquetípico tal como o concebíamos está com seus dias contados - conforme vaticina a atenção disseminada aleatoriamente pelos novos paradigmas propostos pela internet e até mesmo nas várias declarações e testemunhos de veteranos que vivenciaram o surgimento, o apogeu e a derrocada desta mesma definição que um dia erigimos ao que se configurou como “estrela pop”.

E antes que o leitor adentre ao conteúdo específico desta postagem, faço questão de salientar que este texto foi concebido para ser publicado exclusivamente na seção JORNALISMO PSICÓTICO deste O SOM DA MÚSICA pois é uma pseudo-resenha, não-necessariamente jornalística, de um show que este escriba não presenciou, mas também assim tangencia o conteúdo das seções CANHOTO DE INGRESSO, por se tratar de observações relacionadas a um show, e também de EM PRIMEIRA AUDIÇÃO, pois abarca observações sobre as canções inéditas do vindouro novo álbum dos Pumpkins, Zeitgeist, a ser lançado em sete de julho de 2007. 7/7/7, néam? Hihihihi! Portanto, é uma narrativa quase alegórica, há anos-luz da correção factual... E por favor, não venham encher o meu saco pelo desrespeito ao formato tradicional de resenhas!

E, por essas e outras razões, tudo não passa de minhas primeiras impressões acerca de uma das várias bandas que fizeram trilha sonora de parte da minha juventude. Portanto, perdoe um certo tom ”hiperlativo” nesta “resenha”. Isto porque, provavelmente daqui a algum tempo, minha própria opinião sobre o material novo do grupo poderá ser um tanto distinta das aqui apresentadas sem um maior aprofundamento na pesquisa ou na apuração dos fatos. Quero dizer: este aqui é quase um texto ficcional e não é para ser levado ao pé-da-letra, tampouco em função de critérios jornalísticos, faço questão de frisar repetidamente. É quase um bate-papo direto com os apreciadores do som da banda assim como eu. Mas é quase um monólogo, diria, em razão de nossa inaptidão em mensurar o intercâmbio de nossas opiniões em comum com a disseminação de informações atualmente na internet.

E agora está aí! Já passou da “meia-noite”, as abóboras esmagadas dos sonhos impossíveis voltam a ser a carruagem sonora sob o nome Smashing Pumpkins e reforçam o conto de fadas do acento rock no pop dignificado feito pelos caras. Ainda que contando com novos passageiros na viagem, a banda voltou à ativa. Os veteranos Corgan e Chamberlin agora são secundados por Ginger Reyes (baixo), Jeff Schroeder (guitarra, violões, etc) e Lisa Harriton (teclados).

Pelo menos no que diz respeito a este show, ao que ouvimos nesse boot disponibilizado na web, a parte instrumental se apresenta melhor resolvida do que antes. O guitarrista novo toca mais limpo que James Iha - e isso é geralmente um bom sinal, mas às vezes nem tanto. A baixista faz seu trabalho corretamente, seu instrumento sempre foi bastante econômico na sonoridade dos Pumpkins, e a tecladista contratada faz o seu papel devidamente com tramas de cordas e climas de ambiências quando necessário. É claro que uma mudança de formação provoca um remanejamento na química inerente ao som de qualquer grupo e esta aparece bem equilibrada principalmente quanto ao novo repertório, como também na reformulação de canções antigas, vale frisar. Raras são as exceções, em geral standards antigos, com a nova formação pecando justamente por simplesmente reprisar a atmosfera sonora de antes.

Um fato interessante foi o destaque ao repertório novo no set list apresentado, com a presença dos hits protocolares e bastante coisa mais obscura do legado da banda de Chicago. Prova disso é que várias canções conhecidas apenas pela galera mais dedicada ao som do grupo apareceram nesta apresentação e outras tantas foram prometidas para o decorrer da estrada. Um baita reconhecimento à tanta gente que alimenta conteúdo de VÁRIOS sites de respeito na web, ressalto surpresa quanto à quantidade e a qualidade do material coletado pelos fãs.

E, por esta razão, vagabundo aqui pode até chiar, ter afliceta, falar isso ou falar aquilo, chorar saudade pelos ex-integrantes, mas uma coisa é certa: a formação atual funciona e não conheço banda grande alguma atuante no cenário que lide tão bem com seus fãs, como sempre deveria ser. E os projetos do Billy Corgan (N.R.: Smashing Pumpkins primeira fase, Zwan, projeto solo, projeto de cantor folk, etc.) sempre primaram por um tratamento de primeira destinado aos apreciadores de sua música. Tanto é que, se você for começar a procurar, vai encontrar muita coisa sobre a trajetória da grupo – seja em melhor ou pior qualidade possível.

A melhor prova disso é vermos na web quase em tempo-real - para não mencionarmos a exibição do show na internet, fato comum - a disponibilização dos áudios em boa qualidade do primeiro show de retorno dos Pumpkins. Quem acompanha o trabalho do careca roquestrela na internet, ou mesmo fora dos tradicionais veículos de promoção de música, sabe que isto não é novidade. Há muito tempo praticamente toda a trajetória musical de Billy Corgan está disponível na internet a quem se interessar. Desde o primeiro show, você encontra até mesmo material de um notável compositor, ainda embrionário, o que revela um pouco da fase The Marked, de 1985.


Outro dado a ressaltar é que muito se fala mal da postura "autoritária" de Billy Corgan em seus projetos, suposta razão maior de seu primeiro projeto pós-Pumpkins não ter vingado em função da ciumeira do restante da banda, naturalmente ofuscados pela exuberância do talento do careca. Por isso, foi até interessante vermos comentários sobre o final do Zwan em recados discretos nas músicas de seu projeto folk, ao ponto de hipoteticamente incluir ex-colega em uma suposta apropriação da tragicômica história "Dylan/Baez" (ahahah) trazida ao início dos anos 2000 sob a forma de caricatura em seu projeto folk e antiroquestrela - de tão "importante" que o incidente seria para o prosseguimento de sua carreira. Ohhhhh! As visões de Johanna do pai do Jacó reapareceram adaptadas em tema da fase folk antiestrelato de Corgan, em um arquétipo da inveja revisitada pela vaidade alheia, desmedida em relação ao tamanho do próprio umbigo. É só caçar na web!

Mas finquemos os pés no presente porque é isto o que nos interessa. O show começou com uma intro bastante sugestiva com tons barrocos seguida de “United States”, uma das faixas mais emblemáticas do novo disco. Verificamos a afinação mais baixa de guitarras e riffs sabbáthicos. Soturna, é meio um Black Sabbath bastardo de quem curtiu rock gótico nos oitenta. Puta cacetada irônica! Claustrofóbica e tenebrosa ao ponto de você até imaginar que “Dercy” Osbourne em breve entraria com seus vocais toscos e inigualáveis de início de carreira. "Revolução! Revolução! O que estamos fazendo?". Os jovens Pumpkins, cândidos até à derrocada era dos sonhos siameses de estóicos budistas roqueiros e reis das abóboras no início dos 90, agora dão lugar novamente a uma persona mal-encarada e até mesmo intimidadora em alguns retratos sonoros. Paralelos com a antipatia da fase Mellon Collie and Infinite Sadness (de 1995), eu diria!

Música gigantesca, onze minutos de rock pesado! PUTA MERDA! Seria bacana esse show no Brasil. “United States” é mais ou menos como o Jane's Addiction genérico que eles quase foram na fase Gish (de 1991), com a diferença de essa atmosfera agora ser revisitada por quarentões em vez de tocada por jovens de vinte poucos anos. Gostei pra caramba. É um Black Sabbath robotizado, sem sentimentos. Frio para caralho! Marcial em algumas passagens, como convém a todo roqueiro com o ego anabolizado pelo seu próprio talento... Onze minutos de uma música nova e a meninada ainda ansiando por “sonhos siameses” a serem revisitados em 2007? Prestaram a atenção que o trem da história já passou há muito tempo? FALA SÉRIO!

“Today”, um dos maiores emblemas de Siamese Dream (de 1993), aparece em seguida como contraponto, indício de que o sonho siamês do Billy Corgan da época de lançamento da canção ainda carregava muito de inocência, embora fosse mais cascudo e dissimulado que a média roqueira do período. A inclusão de “Today”, música acridoce carregada de desespero bucólico(!), após uma porrada como “United States” apenas reforça esta expressão de irônico contraponto. E o arranjo original está intacto, infelizmente, se levarmos em conta as possibilidades sonoras desta formação de 2007, não a do início dos 90.

O interessante é que a mesma sensação de repetição não vem à tona em “Stand Inside Your Love”, uma das canções de amor mais lindas e concisas do cancioneiro de Corgan. Verdade seja dita: o arranjo original é imbatível. E aqui em uma versão belíssima, das mais bonitas que já ouvi (coleciono). Me parece que, em termos de nuances e contornos de guitarra nos arranjos das canções mais etéreas, o novo guitarrista interage melhor com o careca do que costumava fazer James Iha. E se o público ainda não se convencera da legitimidade da nova formação, aí o problema é exclusivamente dele. Billy Corgan até parece engasgado ao entoar os primeiros versos da música com certa dificuldade aparente. Por que seria?

“Bleeding the Orchid” é uma balada gótica, com guitarras empapuçadas de chorus. Alguém já tem a letra? "Sangrando a orquídea" é um bom um nome de música, não? Parafraseando uma canção do grupo, definitivamente, “The World is a Vampire”! Ahahah! Tangencia o clima sagrado e profano do rock barroco com pitadas góticas, entre o sagrado e o profano, que eles faziam na fase Machina, mas com uma ambiência que remete também à sonoridade da trilha do filme Stigmata (de 1999), concebida por Billy Corgan.

Isso quer dizer: não se trata de Smashing Pumpkins das fases “Machinas” - I e II, este último ignorado pela grande maioria dos entendidos de música neste país, como se tudo não passasse de uma demo borrada, o que não é nem de longe - mas é uma evolução. Boa música! E vou dizer uma coisa: as guitarras estão excelentes! São bem tocadas sem recorrerem a clichês de guitarrista, como era de se esperar! Coisa de quem domina bem o manejo do instrumento.

Em “Doomsday clock”, a rifferama sabbáthica volta à tona. A afinação é mais baixa com bordão aberto em "ré". No entanto, como a afinação está a um tom ou a um tom e meio mais baixa, aí é só fazer as contas, pois “ré” não é ré... Ahahah! But - hey - who cares? Mais um petardo a comprovar que o disco novo vai ser um dos mais bacanas do ano. Eles conseguiram dar outra cara para a banda, sem nos assustarem com esta “identidade nova”. No disco, bem gravadas, essas músicas novas vão descer bem, ó que beleza! E vou dizer uma coisa: só mesmo idiotas perderiam o tempo chorando pela ausência de uma baixista inexpressiva como a Darcy e de um preguiçoso carregado de má vontade como era o James Iha principalmente no final da banda. E ao que tudo indica, o carequinha roquestrela conseguiu se superar neste novo play. Pelo menos, era o que indicava a contribuição deles em documentários da banda. Aos incautos, vale a indicação de pelo menos quatro vídeos: Full Circle, Greatest Swans of Never e os manjados Adore Making of e Machina Documentary. É diversão garantida para os fãs da grupo!

Mas voltemos ao show pois, em se tratando de fãs dos Pumpkins, o roteiro do show surpreendeu bastante. "Home" é uma das mais lindas canções do “Machina 2”, mas é absolutamente desconhecida até mesmo pela grande maioria dos que acompanham os Pumpkins. A inclusão dela no set list deixa claro que a banda encerrou as atividades em pleno potencial criativo, em função de demandas e expectativas da indústria do disco, devidamente rechaçadas pela banda no lançamento do Machina II – The Friends and Enemies of Modern Music (de 2000) por intermédio da proliferação de mp3s das poucas cópias em vinil produzidas de forma independente pela banda no mesmo ano com o material que faria parte do CD2 do hipotético álbum-duplo que seria Machina – the machines of God (de 2000). Aqui, Corgan parece deixar bem claro que está de volta ao lar, à sua banda original, ainda que esta mesma tenha sido adulterada por eles próprios – Billy Corgan e Jimmy Chamberlin, da formação clássica.

E vou dizer uma coisa: o guitarrista novo cumpre o papel de tocar como segundo guitarrista do careca de forma MUITO MAIS satisfatória do que fazia James Iha (que eu tb curto, seu disco solo Let it Come Down, de 1998, é maravilhoso). Tanto é verdade que, neste show especificamente, mais até do que nos shows dos Pumpkins que eu vi ou mesmo em todos os bootlegs que já ouvi, a segunda guitarra está, como nunca antes, equiparada de igual para igual em volume com a guitarra do abóbora-mor. Já a baixista nova, Ginger Reyes, cumpre bem o seu papel de ornamento discreto na dinâmica da banda, deixando claro que, apesar de seu instrumento possuir um papel menor no som dos Pumpkins, principalmente se comparado à função do instrumento no Zwan (N.R.: Paz Lechantin é uma excelente baixista), segue a tradição de belas baixistas tocando com a banda, ao ponto de Darcy ser o patinho feio da parada, no caso de seus atributos musicais e femininos em comparação aos de Melissa Auf Der Maur (Smashing Pumpkins fase Machina-s), a já-citada Paz Lechantin (Zwan) e Linda Strawberry (que tocava um baixo sintetizado na turnê de divulgação de The Future Embrace, na fase solo de Corgan).

O show prossegue e, de acordo com os boots que já ouvi de várias turnês, “Hummer” reaparece agora em uma versão correta. Se não me engano, a música saiu do set list protocolar dos Pumpkins desde 1994. Não sei, o instrumental me parece realmente mais firme. Nela, o guitarrista novo toca de forma menos suave se comparado à forma que James Iha costumava tocar, então rola um certo estranhamento aos ouvidos por alguns momentos bem curtos - diga-se. O ajustamento do músico em relação ao som antigo rola certamente com o prosseguimento da turnê, mas atentemos a um fato: a segunda guitarra anda mais alta do que o costume. Em geral, as guitarras de James Iha não ficavam tão “na cara”, eram algo mais como um adorno às lead guitars. E na parte psicodélica, o guitarrista novo toca uma guitarra mais seca em comparação à “umidade” proposta pelos efeitos que James usava nessa música, em um arranjo de guitarra mais esparso. Aqui é quase uma guitarra “com pés no chão”. A vertigem etérea dá lugar a um certo racionalismo.

Em “Starz”, a atmosfera dos sons da trilha de Stigmata reaparece com tônus, com força. É também Billy Corgan solo misturado com o pop pesado ganchudo que ele costumava fazer em alguns dos melhores momentos dos Pumpkins de outrora. É outra música nova bem boa. Apesar de que ainda não li as letras, me parece que o cara estava inspirado ao conceber o material novo ou mesmo andou coletando com calma, desde o fim da primeira fase da banda, uma boa safra de composições novas de sua autoria exclusivamente para esta volta.

Depois foi a vez de “Tarantula”, música-de-trabalho do disco novo. Ela agora faz ainda mais sentido se misturada às demais inéditas, sem interrupção. Sabbathismo circa 2007, feito por uma banda pop barulhenta e pouco disposta a fazer concessões. O guitarrista novo acrescentou bastante à faceta "metálica" de Billy Corgan – algo que foi esquecido em seus trabalhos mais recentes pós-Pumpkins. “Tarantula” faz referência também ao legado de, pelo menos, dois filósofos alemães cujo espectros estão presentes em temas do disco novo. A grosso modo, um contextualiza as demais canções do disco novo no próprio título, enquanto o outro notório pensador nos lembra que o termo a batizar esta música é a representação do espírito da vingança e do ressentimento. É um ”a hail to the thief” político, regurgitado em formato de pop pesado. Reminiscências ao livro de poesias de Billy publicado durante sua fase trovador? Creio que sim, mas até o momento, só ele poderia responder... Alguém sabe algo a respeito?

A emblemática “Bullet with Butterfly Wings” reaparece aqui em uma econômica reformulação da versão gótica da música, presente nos shows da banda da fase Adore (de 1998) em diante - a mesma que marcou a segunda passagem dos Pumpkins no Brasil, com Billy Corgan tocando com guitarra de sete cordas à moda nu-metal. Desnecessária, mas neste formato está soando melhor do que antes, a versão alternativa costumava ser quilométrica. Aqui está mais curta do que costumava ser a partir de 1998 em diante, mas a versão original é imbatível.

A bateria de Jimmy Chamberlin na versão da música em Mellon Collie and Infinite Sadness é mais tribal, aqui neste show é quase marcial. Tudo bem que eles já tenham aloprado mais com essa versão em outras épocas e o segundo guitarrista ainda faça os fraseados do James Iha na parte "now i'm naked, nothing but an animal", praticamente ignorados nas barulhentas e robóticas versões da música desde a turnê de Adore, mas mesmo assim ainda não é mesmo no formato da música em disco. É só comparar! Ainda que eles estejam mais econômicos do que eram antes, ainda não estão nem aí para o arranjo original.

“Gossamer” é um tremendo musicão! Literalmente! Em tempos de MP3 disseminando-se pela web, não há razão para os aspirantes à pop stars ou mesmo ao pessoal das antigas se restringirem aos três minutos e meio protocolares do pop chinfrim! É um belíssimo CALE-A-BOCA para quem ainda perde tempo com regrinhas que só segue quem é mirim. Dentre as músicas de Zeitgeist disponibilizadas deste show de retorno, esta foi, sem dúvidas, a que mais chamou a atenção deste escriba aqui na primeira audição. A música lembra bastante os improvisos que rolavam na fase final da turnê do Machina – the machines of God (aquela parte com músicas do Machina 2). Refiro-me mais precisamente aos últimos shows da banda. Parte dela também remete um pouco ao clima quase pseudo-gótico das músicas da primeira demo dos Pumpkins – ou mesmo do The Marked, primeiro projeto musical autoral de Corgan.

Durante o decorrer da música, dá até para o ouvinte brasileiro mais afeito à trajetória musical da banda imaginar a cara da moçada que vai aos shows só pra ouvir os sucessos ou mesmo apenas os hits de Siamese Dream. Ahaha! Deve ter sido um impacto semelhante ao que os cariocas tiveram ao ver os Guns'n Roses no RIR 2, em 1991, tocando um monte de material inédito completamente diferente do que se esperava de uma banda que fizera Apetitte for Destruction há pouco, com aqueles temas gigantescos e brilhantemente autistas, tipo “Stranged”. Só para traçar uma medida de comparação, “Gossamer” é muito mais viajante que “Soma”, um dos temas delirantes mais festejados na primeira fase dos Pumpkins. E nesta versão ao vivo rola até citação pervertida aos Stooges ali pelo meio dos vinte minutos da música gigantesca. E pensar que até vi um monte de mirins detonando o The Wierdness, álbum mais recente da banda... Pois é, ? O que fazer?

À primeira audição, “For God and country” denota crítica ao fundamentalismo religioso à moda americana em formato folk. O cara canta como uma estrela pop fantasiada de pregador maldito de praça, com recatadas intervenções do restante da banda. Foi a que eu gostei menos até aqui, porém o formato "oficial" não poderia ser outro. Trovadorismo sessentista eternizado pelo bardo Dylan trazido aos 2K e também uma ligação com o projeto folk solo de Corgan que - como já disse - chegou até a gravar uma apresentação em DVD que até hoje parece não ter vindo à tona. Uma prova de que o careca não está de brincadeira quando o negócio é sua música, posicionando-se sempre um passo à frente das expectativas de sua audiência mais cativa e deixando claro que seu tempo é hoje, se atendo pouco a saudosismos estéreis. Prova disso é o cansaço que deixa transparecer ao reelaborar parte de seu material antigo.

”Thirty-Three”, de Mellon Collie and Infinite Sadness, dá prosseguimento ao set acústico desta apresentação e reaparece com sua levada bonita no violão de doze cordas. Mas ao contrário do original, me parece que há uso de afinação aberta em sol maior - se não me engano. Por isso, o arranjo de violão me parece um pouco mais cheio. Mas pode ser ilusão de ótica minha - ou melhor, ilusão auditiva. Mas certamente é uma versão despojada, se comparada à original. Por esta razão, ainda acho a versão apresentada no programa VH1 Storytellers imbatível. É possível você ainda encontrar edições estrangeiras em lojas especializadas e vale a dica ao fã da banda!

“Rocket” está reformulada nesta apresentação, em versão desplugada. Este escriba aqui nunca foi grande apreciador desta música, no entanto a versão da apresentação de despedida no Metro, em Chicago, soa melhor no contexto de shows dos Pumpkins pós-MCIS. Já o outtake “Winterlong”, outtake encontrado em Judas Zero, CD de inéditas encarnado ao best of Rotten Apples (de 2002), fica difícil estragar. Vale ressaltar que é bem foda quando uma banda grande surpreende com seu vasto repertório em espetáculos que surpreendem qualquer exercício de previsibilidade de parte da audiência. E rock é isso, não é?

“To Sheila”, de Adore, fecha o set acústico. Sinceramente prefiro a versão elétrica, barulhenta, igual à apresentada no show do Rio em 1998. Se não me engano, na versão do VH1 Storytellers rolou uma versão em que Corgan era acompanhado ao piano por Mike Garson. Mas aí não tem como comparar! E talvez tenha até dado um certo cansaço na platéia, mas este roteiro longo com interlúdio acústico tem tudo a ver com o set list do “último” show da banda. Não dava pra ser diferente! Segundo informações de die-hard fanáticos do grupo na web, o set acústico foi extinto nas apresentações que se seguiram.

“Glass and Ghost Children”, tema gigantesco de Machina – the machines of God, começa aqui com um longo e improvisado solo de guitarra com e-bow, artifício que permanece em boa parte da música, até mesmo durante os vocais. Bacana essa versão! Soa melhor que a versão em disco e melhor do que costumava soar nas últimas turnês, aqui em formato menos dramático do que o comumente tocado ao vivo. É aquela coisa: depois do descanso acústico, uma homenagem ao "derretimento da calota polar". Ahahah! Aí vagabundo volta aos poucos ao agito, depois de se recomporem para o rock! Ahah! Gostei bastante dos efeitos das guitarras aqui. O e-bow do segundo guitarrista é bem sutil nesta música, como já era também com o James Iha, mas a guitarra de Billy Corgan está com um timbre lindão característico de um instrumento de doze cordas. Seria aquela Gibson SG?

Depois é a vez de “Cherub Rock” e acho caído eles tocarem esta música da mesma forma que a tocavam em 1992. É uma letra legal, mas dá pra sacar na voz que o cara está ironizando a parada na má vontade. E isso é bacana! Depois é a vez de “1979”, título que remete ao ano que Corgan ganhou sua primeira guitarra (uma Flying-V 1979). Esta também aparece na linha da versão original, ou seja, sem a citação à “Dercy” Osbourne que rolava a partir da fase Adore e, principalmente, na fase Machina. A segunda guitarra agora aparece um pouco mais quieta do que costumava rolar na fase James Iha. O interessante é que Billy Corgan não me parece muito animado em cantar o material antigo. E ele está mais do que certo!

Apesar de um pequeno interlúdio improvisado ao piano, “Tonight, Tonight” também é fiel à versão original, ainda que os Pumpkins eventualmente tenham apresentado uma versão diferente da música em formato acústico desde a fase Adore, sem que haja qualquer referência nesta época à versão alternativa, “Tonite (Reprise)”, dos outtakes de Mellon Collie & Infinite Sadness lançadas no box The Aeroplane Flies High (de 1996). Ficou legal, meio na pilha daquela versão que rolava em um boot da turnê de MCIS conhecido como We salute you, naked man – se não me engano, uma das últimas apresentações antes do incidente que levou Jimmy Chamberlin a sair do grupo, você sabe. Logo depois, a banda parou de tocar a música ao vivo e, quando voltaram, passaram a tocá-la com um arranjo levemente diferente - se não me engano em outro tom: em vez dos tradicionais acordes G-D/F#-Em, aparecem C-B/G-Am. Mas neste show, especificamente, rolou a versão original. Imbatível!

Depois foi a vez de mais material novo para saciar a curiosidade da galera em relação ao disco novo. “Neverlost” começa aparentada à versão que os Pumpkins fizeram para “Never Let Me Down Again” do tributo ao Depeche Mode, Music For the Masses (de 1996). Gélida, também transparece algo da sonoridade solo de Corgan trazida para atmosfera Smashing Pumpkins. É para deixar claro que há parentesco entre a fase Adore e a fase solo, conforme Corgan já destacou em várias entrevistas durante o lançamento de The Future Embrace, sua empreitada-solo em disco. Assim ressalta o natural de decorrer de sua trajetória como compositor. É também para deixar claro que só valia o retorno da banda se fosse com material novo, pois isto é o que há de mais interessante neste set list para os que acompanham a trajetória do artesão pop. E “Neverlost” é quase uma pepita perpida de The Future Embrace que hipoteticamente não chegou a ser lançada.

O mesmo vale para “That's the Way (My Love is)”, que começa como uma baladona glacial, mas logo fica agitada. Faz perfeitamente a ponte entre as músicas mais agitadas do disco solo e o universo Smashing Pumpkins. Aí, esse disco novo está bom pra caralho! Mr. Egghead conseguiu renovar a identidade sem deixar nenhuma de suas facetas de fora do pacote. Lindona essa aqui!

O clima bucólico volta à tona com “Disarm”, em versão mais contida. Em geral, particularmente gosto mais das releituras mais barulhentas – a versão típica da época que vieram ao Brasil em 1995 é das melhores. Pungente, barulhenta, emocionada... Mas ficou legal com o arranjo de cordas tocado no teclado, como também rola em “Tonight, tonight” - e ainda rola uma guitarra com E-bow.

“Zero” é revisitada pra levantar os ânimos. Mas, para me mostrar um apreciador chato do som da banda, considero as versões ao vivo SUJAÇAS típicas da turnê Mellon Collie and Infinite Sadness imbatíveis, tocadas com a fúria adequada ao tema. Por esta razão, acho sinceramente que poderia ter rolado umas alopradas maiores com esse guitarrista novo neste tema, já que ele funcionou tão bem na faceta mais pesada do repertório novo. Mas, de qualquer forma, nada como as motivações de Corgan cantar isso lá naquela época, tempos do “este é o fim do rock'n roll como nós o concebemos” da época dourada a qual teve o privilégio de exercer seu ofício enquanto um dos protagonistas do período... O show deve continuar!!!!!

“Untitled”, sobra da fase “Machinas” e incluída no CD-brinde Judas Zero como a música-de-trabalho da coletânea Rotten Apples (álbum-duplo contendo o “melhor” dos hits dos Smashing Pumpkins, de 2002), da qual era uma das poucas inéditas exceções, aparece meio deslocada aqui. Mas não deixa de ser interessante, pois deixa claro ao fã do grupo que toda e qualquer novidade dos Pumpkins é sempre digna de nota. Uma banda diferente sequer pensaria em incluir músicas Lado B em um show de retorno. Mas atitudes como esta é o que faz os Pumpkins uma banda incomum no cenário pop, assim como também o são Radiohead, Queens of the Stone Age e os projetos de Jack White, entre outros.

Longe de ser das minhas preferidas, “Untitled” aparece em versão correta. Aqui chega até a rolar um solo de teclado bem maneiro, seu único diferencial. Tudo bem que Linda não chega a ser um Mike Garson ao piano, mas toca legal e acrescentou seu toque ao som dos Pumpkins. Vale frisar que este retorno tem superado expectativas minhas que eu sequer achava que existiam.

“Shame” é a próxima no roteiro e a banda fez um arranjo diferente para a canção, tão emblemática para a história da banda. Ficou legal pra caralho, sem a dramaticidade das versões da fase Adore - tem uma versão notável dessa época que é basicamente o Billy Corgan delirando na guitarra com a afinação aberta e o James Iha viajando no E-bow. Nesta apresentação, o careca chega a gritar na música no final, justo esta que é quase sussurrada no disco. A nova versão é mais pesada, com direito à distorção e a solo roqueiro. Como se trata da primeira música finalizada pelos três antigos integrantes depois da saída de Jimmy Chamberlin, agora me parece uma ironia dos dois remanescentes (Billy e Jimmy) para com os outros dois da formação "original (James Iha e Darcy): já que os dois ficaram fazendo cu doce e empatando foda dos malacos, então eles refizeram a música à moda deles no Smashing Pumpkins 2007. É um irônico aceno aos dois passageiros do Foguete original que ficaram para trás. Ótima versão, é uma das melhores auto releituras deles. E olha que quem está falando aqui é um camarada que já delirou com a versão elétrica de “Stumbleine” na turnê de 1998. Só para comparar...

Já a próxima do set list, “Silverfuck”, só devia realmente fazer sentido até 1994, não? Mas ficou legal nesta versão porque a junção das duas guitarras distorcidas está mais coesa que antes e a música ficou com mais gás. A diferença é que antes era um pouco mais psicodélica, delirante, etc. Aqui é mais ou menos como se precisassem tocar a música logo para poderem largar uma sessão de barro coletivo. A citação dos Doors ficou legal, melhor do que eu esperava. Mas em termos de improviso caótico fodão, o Zwan era bem melhor – só para ficarmos dentre os projetos do careca. Aí, agora não sei se é piração minha, mas acho que também rola citação de uma música do Mudhoney, “Hate the Police”, neste show. Alguém confirma? Altas guitarras!

“Annie Dog” aparece a esta altura do espetáculo como um docinho aditivado. Longe de ser das minhas preferidas, a versão é correta, fiel à original lançada em Adore. “Muzzle” é outra que reaparece, aqui também fiel à versão do disco Mellon Collie and Infinite Sadness. Me parece que eles tocaram pouco essa música na turnê do referido disco. Aí aconteceu o “incidente” com Jimmy Chamberlin na época em que a música fora incluída no set list da turnê e então só voltaram a tocá-la na segunda fase da turnê dos “Machinas”, em versão mais lenta. Só acho sinceramente que poderiam ter fechado o show com uma música mais apoteótica, não?

Afinal, no primeiro show de volta de um grupo da revelância dos Pumpkins seria obrigatório um encerramento em grande estilo, tão impactante quanto foi no Last Show no Metro. E de certa forma, até foi, concorda? Mas ainda acho que faltou apenas algum petardo, alguma música nova acachapante... Ou ainda um Sossega-Leão pra galera ir pra casa dormir com a alma lavada, feliz com o retorno ao atual cenário pop de uma banda como os Pumpkins redivivos...

Texto código-fonte aberto de Marcus Marçal. Não é permitida a reprodução deste texto de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via email.

CLIQUE AQUI PARA VOLTAR AO ÍNDICE DE SEÇÕES

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home



 

 



Sou Marcus Marçal, jornalista de profissão e músico de coração.

Veja bem, se esta é sua primeira visita, afirmo de antemão que, para usufruir dos textos deste blog, é necessário um mínimo de inteligência. Este blog contém reflexões sobre música, material ficcional, devaneios biográficos, desvarios em prosa, egotrips sonoras e até mesmo material de cunho jornalístico.

E, se você não é muito acostumado à leitura, provavelmente pode ter um pouco de dificuldades com a forma caótica com que as informações são despejadas neste espaço.

Gostaria de deixar claro que os referenciais sobre texto e música aqui dispostos são vastos e muitas das vezes antagônicos entre si. Por essa razão, narrativa-linear não é sobrenome deste espaço, entende?

Tendo isto em mente, fica mais fácil dialogarmos sobre nossos interesses em comum dispostos aqui, pois o entendimento de parte dos textos contidos neste blog não deve ser feito ao pé da letra. E se você por acaso tiver conhecimento ou mesmo noção das funções da linguagem então poderá usufruir mais adequadamente do material contido neste site, munido de ferramentas de responsabilidade de ordem exclusiva ao leitor.

Quero dizer que, apesar da minha formação como jornalista, apenas uma parcela pequena dos textos aqui expostos foi e é concebida com este intuito, o que me permite escrever sem maiores preocupações com formatos ou convenções. Geralmente escrevo o que me dá na telha e só depois eventualmente faço alguma revisão mais atenta, daí a razão de por essas e outras eu deixar como subtítulo para este O SOM DA MÚSICA o bordão VERBORRAGIA DE CÓDIGO-FONTE ABERTO COM VALIDADE RESTRITA, e também porque me reservo ao direito de minhas opiniões se transformarem com o passar do tempo.

Portanto, faço um pedido encarecidamente às pessoas dotadas de pensamento obtuso, aos fanáticos de todos os tipos, aos analfabetos funcionais e às aberrações do tipo: por gentileza, não percam seu tempo com minha leitura a fim de lhes poupar atenção dispensada indevidamente.

Aos leitores tradicionais e visitantes ocasionais com flexibilidade de raciocínio, peço minhas sinceras desculpas. Faço esse blá-blá-blá todo apenas para afastar qualquer pessoa com pouca inteligência. Mesmo porque tem tanta gente por aí que domina as normas da língua portuguesa, mas são praticamente analfabetos funcionais...


As seções do blog você encontra ao lado, sempre no post ÍNDICE DE SEÇÕES, e a partir dele fica fácil navegar por este site pessoal intitulado O SOM DA MÚSICA.

Sinta-se livre para expressar quaisquer opiniões a respeito dos textos contidos no blog, uma vez que de nada vale a pena esbravejar opiniões no cyber espaço sem o aval da resposta do interlocutor.

Espero que este seja um território livre para a discussão e expressão de opiniões, ainda que contrárias as minhas, acerca de nossa paixão pela música. Afinal, de nada valeria escutarmos discos, fazermos músicas, lermos textos, irmos a shows e vivermos nossas vidas sem que pudéssemos compartilhar nossas opiniões a respeito disso tudo.

Espero que você seja o tipo de leitor que aprecie a abordagem sobre música contida neste blog.


De qualquer forma, sejam todos bem-vindos! Sintam-se como se estivessem em casa.

Caso queira entrar em contato, meu email é marcus.marcal@yahoo.com.br.
Grande abraço!
Powered by Blogger