JORNALISMO PSICÓTICO II
Macunaímas Filhos-da-Pátria
A discussão de um tema tão delicado como a redução da maioridade penal no país é certamente uma ótima oportunidade para refexão sobre os mecanismos que perpetuam o funcionamento do crime organizado no país. Seu emaranhado tear de conseqüênicas abala as estruturas que constituem nossa erigida noção de Estado, uma vez que deflagra um caos geral e irrestrito a se estabelecer nas pautas de nosso jornalismo diário. Isso pois temas outrora exclusivos às publicações das quais popularmente se dizia "é só espremer que sai sangue", então restritos ao cotidiano das periferias, agora estampam regularmente as principais manchetes dos noticiários consumidos pelas elites.
E nesse sentido a discussão requer antes de tudo um amadurecimento de nossa própria capacidade de solucionarmos nossos problemas. Requer precisão cirúrgica quanto ao enfrentamento de problemas de origem histórica, que remontam aos tempos de nosso processo "civilizatório" por meio da colonização: resquícios de históricas desigualdades sociais reconditamente entranhadas na construção de nossa própria identidade nacional. Por esta razão, não é de espantar a proliferação atual de incontáveis Macunaímas cagados do ventre venéreo de uma pátria-mãe puta que não os acolhe como filhos que não fogem à luta e nem temem quem adora a própria morte. Pelo contrário, a produção se dá em "escala industrial", pois as disfunções da nação em lidar com a educação de sua prole perpertuam a eterna reposição de nossos "heróis-sem-caráter".
Portanto, a discussão sobre a redução da maioridade penal é inócua se não servir de ultimato para todos nós. A população de boa índole que perdoe este escriba, exceção à regra que somos. Sem resquício de paternalismo algum, podemos concluir facilmente que quanto mais anteciparmos a maioridade penal, mais cedo macunaímas-meninos começarão a agir, desde a mais tenra idade induzidos a ingressarem pelos descaminhos do crime, quanto mais lhe faltarem perspectivas. Mesmo porque eles já ingressam antes da dita maioridade, independentemente à mestiçagem estampada na tez. Por isso não nos espantemos da próxima vez que a "senzala" invadir novamente a "casa grande", sinhô!
Textos de código-fonte aberto de Marcus Marçal. Não é permitida a reprodução destas traduções de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via e-mail.
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A discussão de um tema tão delicado como a redução da maioridade penal no país é certamente uma ótima oportunidade para refexão sobre os mecanismos que perpetuam o funcionamento do crime organizado no país. Seu emaranhado tear de conseqüênicas abala as estruturas que constituem nossa erigida noção de Estado, uma vez que deflagra um caos geral e irrestrito a se estabelecer nas pautas de nosso jornalismo diário. Isso pois temas outrora exclusivos às publicações das quais popularmente se dizia "é só espremer que sai sangue", então restritos ao cotidiano das periferias, agora estampam regularmente as principais manchetes dos noticiários consumidos pelas elites.
E nesse sentido a discussão requer antes de tudo um amadurecimento de nossa própria capacidade de solucionarmos nossos problemas. Requer precisão cirúrgica quanto ao enfrentamento de problemas de origem histórica, que remontam aos tempos de nosso processo "civilizatório" por meio da colonização: resquícios de históricas desigualdades sociais reconditamente entranhadas na construção de nossa própria identidade nacional. Por esta razão, não é de espantar a proliferação atual de incontáveis Macunaímas cagados do ventre venéreo de uma pátria-mãe puta que não os acolhe como filhos que não fogem à luta e nem temem quem adora a própria morte. Pelo contrário, a produção se dá em "escala industrial", pois as disfunções da nação em lidar com a educação de sua prole perpertuam a eterna reposição de nossos "heróis-sem-caráter".
Portanto, a discussão sobre a redução da maioridade penal é inócua se não servir de ultimato para todos nós. A população de boa índole que perdoe este escriba, exceção à regra que somos. Sem resquício de paternalismo algum, podemos concluir facilmente que quanto mais anteciparmos a maioridade penal, mais cedo macunaímas-meninos começarão a agir, desde a mais tenra idade induzidos a ingressarem pelos descaminhos do crime, quanto mais lhe faltarem perspectivas. Mesmo porque eles já ingressam antes da dita maioridade, independentemente à mestiçagem estampada na tez. Por isso não nos espantemos da próxima vez que a "senzala" invadir novamente a "casa grande", sinhô!
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