O SOM DA MÚSICA: JORNALISMO PSICÓTICO II

Saturday, March 03, 2007

JORNALISMO PSICÓTICO II

Macunaímas Filhos-da-Pátria

A discussão de um tema tão delicado como a redução da maioridade penal no país é certamente uma ótima oportunidade para refexão sobre os mecanismos que perpetuam o funcionamento do crime organizado no país. Seu emaranhado tear de conseqüênicas abala as estruturas que constituem nossa erigida noção de Estado, uma vez que deflagra um caos geral e irrestrito a se estabelecer nas pautas de nosso jornalismo diário. Isso pois temas outrora exclusivos às publicações das quais popularmente se dizia "é só espremer que sai sangue", então restritos ao cotidiano das periferias, agora estampam regularmente as principais manchetes dos noticiários consumidos pelas elites.

E nesse sentido a discussão requer antes de tudo um amadurecimento de nossa própria capacidade de solucionarmos nossos problemas. Requer precisão cirúrgica quanto ao enfrentamento de problemas de origem histórica, que remontam aos tempos de nosso processo "civilizatório" por meio da colonização: resquícios de históricas desigualdades sociais reconditamente entranhadas na construção de nossa própria identidade nacional. Por esta razão, não é de espantar a proliferação atual de incontáveis Macunaímas cagados do ventre venéreo de uma pátria-mãe puta que não os acolhe como filhos que não fogem à luta e nem temem quem adora a própria morte. Pelo contrário, a produção se dá em "escala industrial", pois as disfunções da nação em lidar com a educação de sua prole perpertuam a eterna reposição de nossos "heróis-sem-caráter".

Portanto, a discussão sobre a redução da maioridade penal é inócua se não servir de ultimato para todos nós. A população de boa índole que perdoe este escriba, exceção à regra que somos. Sem resquício de paternalismo algum, podemos concluir facilmente que quanto mais anteciparmos a maioridade penal, mais cedo macunaímas-meninos começarão a agir, desde a mais tenra idade induzidos a ingressarem pelos descaminhos do crime, quanto mais lhe faltarem perspectivas. Mesmo porque eles já ingressam antes da dita maioridade, independentemente à mestiçagem estampada na tez. Por isso não nos espantemos da próxima vez que a "senzala" invadir novamente a "casa grande", sinhô!

Textos de código-fonte aberto de Marcus Marçal. Não é permitida a reprodução destas traduções de forma alguma sem permissão prévia, seja em sua forma integral ou parcial. Por favor, contate-me antes via e-mail.

CLIQUE AQUI PARA VOLTAR AO ÍNDICE DE SEÇÕES

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

This comment has been removed by a blog administrator.

8:39 AM  

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home



 

 



Sou Marcus Marçal, jornalista de profissão e músico de coração.

Veja bem, se esta é sua primeira visita, afirmo de antemão que, para usufruir dos textos deste blog, é necessário um mínimo de inteligência. Este blog contém reflexões sobre música, material ficcional, devaneios biográficos, desvarios em prosa, egotrips sonoras e até mesmo material de cunho jornalístico.

E, se você não é muito acostumado à leitura, provavelmente pode ter um pouco de dificuldades com a forma caótica com que as informações são despejadas neste espaço.

Gostaria de deixar claro que os referenciais sobre texto e música aqui dispostos são vastos e muitas das vezes antagônicos entre si. Por essa razão, narrativa-linear não é sobrenome deste espaço, entende?

Tendo isto em mente, fica mais fácil dialogarmos sobre nossos interesses em comum dispostos aqui, pois o entendimento de parte dos textos contidos neste blog não deve ser feito ao pé da letra. E se você por acaso tiver conhecimento ou mesmo noção das funções da linguagem então poderá usufruir mais adequadamente do material contido neste site, munido de ferramentas de responsabilidade de ordem exclusiva ao leitor.

Quero dizer que, apesar da minha formação como jornalista, apenas uma parcela pequena dos textos aqui expostos foi e é concebida com este intuito, o que me permite escrever sem maiores preocupações com formatos ou convenções. Geralmente escrevo o que me dá na telha e só depois eventualmente faço alguma revisão mais atenta, daí a razão de por essas e outras eu deixar como subtítulo para este O SOM DA MÚSICA o bordão VERBORRAGIA DE CÓDIGO-FONTE ABERTO COM VALIDADE RESTRITA, e também porque me reservo ao direito de minhas opiniões se transformarem com o passar do tempo.

Portanto, faço um pedido encarecidamente às pessoas dotadas de pensamento obtuso, aos fanáticos de todos os tipos, aos analfabetos funcionais e às aberrações do tipo: por gentileza, não percam seu tempo com minha leitura a fim de lhes poupar atenção dispensada indevidamente.

Aos leitores tradicionais e visitantes ocasionais com flexibilidade de raciocínio, peço minhas sinceras desculpas. Faço esse blá-blá-blá todo apenas para afastar qualquer pessoa com pouca inteligência. Mesmo porque tem tanta gente por aí que domina as normas da língua portuguesa, mas são praticamente analfabetos funcionais...


As seções do blog você encontra ao lado, sempre no post ÍNDICE DE SEÇÕES, e a partir dele fica fácil navegar por este site pessoal intitulado O SOM DA MÚSICA.

Sinta-se livre para expressar quaisquer opiniões a respeito dos textos contidos no blog, uma vez que de nada vale a pena esbravejar opiniões no cyber espaço sem o aval da resposta do interlocutor.

Espero que este seja um território livre para a discussão e expressão de opiniões, ainda que contrárias as minhas, acerca de nossa paixão pela música. Afinal, de nada valeria escutarmos discos, fazermos músicas, lermos textos, irmos a shows e vivermos nossas vidas sem que pudéssemos compartilhar nossas opiniões a respeito disso tudo.

Espero que você seja o tipo de leitor que aprecie a abordagem sobre música contida neste blog.


De qualquer forma, sejam todos bem-vindos! Sintam-se como se estivessem em casa.

Caso queira entrar em contato, meu email é marcus.marcal@yahoo.com.br.
Grande abraço!
Powered by Blogger