CANHOTO DE INGRESSO VI
Padroeira Punk
Patti Smith
Marina da Glória/RJ - 28/10
Patti Smith é a figura feminina mais respeitada da história do rock não é de hoje. E a madona punk fez finalmente sua primeira aparição no Brasil para provar que é canonizada na iconografia pop como uma entidade de valor muito além de sua música, ao influenciar gerações com o que há de mais essencial no espírito roqueiro: simplicidade e sinceridade celebradas junto à audiência.
Secundada pelo fiel escudeiro Lenny Kaye na guitarra e o baterista Jay Dee Daugherty, egressos de seu grupo original, mais os multifuncionais Tony Shanahan e Oliver Ray se revezavando nos instrumentos, Patti foi se soltando aos poucos junto à sua banda no exercício de sua profissão de fé e não deixou dúvidas sobre sua justificada fama de Sacerdotisa Punk. Amparada por um roteiro de canções punk de andamento lento, ela enfileirou seus clássicos em uma versão reduzida do roteiro típico da turnê de divulgação do boxset Land (1975/2002), privilegiando o álbum Horses a ponto de nos sugerir o impacto de como soaria o disco tocado na íntegra.
Como quem "não fode mais com o passado pois transa demais com o futuro", Patti anunciou sua chegada com uma versão correta para a stoneana "Gimme Shelter", prenúncio de seu próximo lançamento voltado a releituras de clássicos do rock. Assim também sugere nas entrelinhas uma certa tensão latente, típica de nossos dias tão estranhos. Em seguida, não necessariamente nesta ordem, prosseguiu com sua mais antiga dedicatória familiar em "Kimberly", a ode ao feminismo linha-dura de "Redondo Beach" e "Free Money", síntese da aspiração anárquica do punk rock em formato de devaneio musical.
Na medida do "impossível", apresentou todos os seus mais memoráveis testamentos punk, com os quais deixou a marca registrada de sua pioneira pichação no muro da contracultura. "Pissing in a River" representou seu segundo álbum Radio Ethiopia, depois tocou violão na excepcional "Southern Cross" (de Gone Again) e cantou com a platéia uma versão mais light de seus versos eternizados em "Because the night" (de Easter), seguidas dos hinos "People Have the power" (de Dream of Life) e "Rock'n Roll Nigger" (outra de Radio Ethiopia), esta com Lenny em dueto nos vocais principais.
E para enfatizar que o tempo destinado a seu show era curto, Patti Smith não chegou a dar prosseguimento ao roteiro revisionista de sua trajetória em disco, encerrando a apresentação antes de adentrar ao repertório de seu quarto álbum, Wave. Mas foi o suficiente para acenar um belo adeus aos cariocas com sua versão de "Gloria". Melhor seria um "até breve" em um show digno de vários bis, mas os que tiveram a oportunidade de testemunhar a visão da padroeira dos punks no Rio definitivamente puderam receber as devidas bençãos desta verdadeira matriarca roqueira em estado de glória. Ave, Patti!
PS: Versão light da resenha sobre este show.
Patti Smith
Marina da Glória/RJ - 28/10
Patti Smith é a figura feminina mais respeitada da história do rock não é de hoje. E a madona punk fez finalmente sua primeira aparição no Brasil para provar que é canonizada na iconografia pop como uma entidade de valor muito além de sua música, ao influenciar gerações com o que há de mais essencial no espírito roqueiro: simplicidade e sinceridade celebradas junto à audiência.
Secundada pelo fiel escudeiro Lenny Kaye na guitarra e o baterista Jay Dee Daugherty, egressos de seu grupo original, mais os multifuncionais Tony Shanahan e Oliver Ray se revezavando nos instrumentos, Patti foi se soltando aos poucos junto à sua banda no exercício de sua profissão de fé e não deixou dúvidas sobre sua justificada fama de Sacerdotisa Punk. Amparada por um roteiro de canções punk de andamento lento, ela enfileirou seus clássicos em uma versão reduzida do roteiro típico da turnê de divulgação do boxset Land (1975/2002), privilegiando o álbum Horses a ponto de nos sugerir o impacto de como soaria o disco tocado na íntegra.
Como quem "não fode mais com o passado pois transa demais com o futuro", Patti anunciou sua chegada com uma versão correta para a stoneana "Gimme Shelter", prenúncio de seu próximo lançamento voltado a releituras de clássicos do rock. Assim também sugere nas entrelinhas uma certa tensão latente, típica de nossos dias tão estranhos. Em seguida, não necessariamente nesta ordem, prosseguiu com sua mais antiga dedicatória familiar em "Kimberly", a ode ao feminismo linha-dura de "Redondo Beach" e "Free Money", síntese da aspiração anárquica do punk rock em formato de devaneio musical.
Na medida do "impossível", apresentou todos os seus mais memoráveis testamentos punk, com os quais deixou a marca registrada de sua pioneira pichação no muro da contracultura. "Pissing in a River" representou seu segundo álbum Radio Ethiopia, depois tocou violão na excepcional "Southern Cross" (de Gone Again) e cantou com a platéia uma versão mais light de seus versos eternizados em "Because the night" (de Easter), seguidas dos hinos "People Have the power" (de Dream of Life) e "Rock'n Roll Nigger" (outra de Radio Ethiopia), esta com Lenny em dueto nos vocais principais.
E para enfatizar que o tempo destinado a seu show era curto, Patti Smith não chegou a dar prosseguimento ao roteiro revisionista de sua trajetória em disco, encerrando a apresentação antes de adentrar ao repertório de seu quarto álbum, Wave. Mas foi o suficiente para acenar um belo adeus aos cariocas com sua versão de "Gloria". Melhor seria um "até breve" em um show digno de vários bis, mas os que tiveram a oportunidade de testemunhar a visão da padroeira dos punks no Rio definitivamente puderam receber as devidas bençãos desta verdadeira matriarca roqueira em estado de glória. Ave, Patti!
PS: Versão light da resenha sobre este show.
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